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Após 4 anos, EcoSport muda para manter o 1º
Líder de segmento quase sem concorrentes, jipinho da Ford mantém preço e aptidões que o consagraram
DA REPORTAGEM LOCAL
Não há dúvidas de que o Ford
EcoSport é um campeão de
vendas. Além de figurar no topo
da lista de utilitários esportivos
compactos -detém 55% do
segmento e vende 3.500 unidades mensais-, caiu no gosto,
em especial, das mulheres.
Mas como mexer em um time que está vencendo? João
Marcos Ramos, gerente de design da Ford, explica que o
maior desafio foi "não perder a
mão" -manter um desenho
que agradasse à maioria.
"Buscamos inspiração nas picapes e nos utilitários esportivos da Ford americana, que
usam linhas robustas e anguladas", diz Ramos. Ele também
afirma que o cliente do EcoSport não quer ter a sensação de
andar num Hummer -versão
civil da General Motors para o
jipão usado na Guerra do Golfo.
Mesmo assim, os canhões estão lá, nos faróis e na lanterna
traseira do EcoSport. A seta,
que foi para a parte interna dos
faróis, está maior, mas ainda
peca na hora de alertar pedestres, que só vêem a lateral.
"Teríamos de mudar o ferramental da linha de montagem
para adaptar um repetidor da
seta nos pára-lamas dianteiros.
Talvez o pisca no retrovisor resolvesse", diz Rodrigo Lourenço, gerente de produto da Ford.
Casa de grilo
Além do design, o outro desafio era livrar-se da "casa de grilo" que, desde 2003, parasita o
interior da família EcoSport.
"O ruído interno foi o item
mais criticado por consumidores de Brasil, Argentina e México", confirma Nahuel Osanai,
gerente de projeto do jipinho.
Há um ano a Ford já sabia
disso e, para amenizar os "grilos" na tampa do bagageiro,
adaptou pequenas borrachas
na quinta porta, mas não resolveu. Com o tempo, elas caíam.
Agora, a solução parece definitiva. A porta do bagageiro
-que se abre como a de um
freezer de padaria- ganhou vedações de borracha nas extremidades e um pino regulador.
Resolveu? Bem, o carro avaliado pela Folha estava com
5.523 quilômetros rodados. Ele
não fazia barulho, mas nada garante que, aos 50 mil quilômetros, o tal "grilóideo" não volte
a cantarolar pelos cantos.
O motor não mudou. É exatamente o mesmo 1.6 bicombustível de 105 cv (cavalos)
com gasolina e 111 cv com o derivado da cana-de-açúcar.
E é o que o EcoSport tem de
melhor -alguns hão de dizer
que é o porte de jipinho urbano
ou a posição alta de guiar.
Seu câmbio ganhou novo escalonamento da primeira e da
quinta marchas. Ao arrancar, a
relação 15% mais curta ajuda.
Na estrada, porém, a quinta
marcha pode tudo, menos cair
abaixo dos 2.000 rpm.
Na verdade, ela nem deveria
ser chamada de quinta, mas de
"overdrive", como os americanos intitulam a última marcha
usada para reduzir a rotação do
motor e o consumo.
Além do motor, o outro trunfo do EcoSport é o preço, mantido inalterado. A versão básica, a XL, parte de R$ 49.680,
com ar-condicionado e direção
hidráulica. A FreeStyle, que
corresponde a 40% das vendas,
traz mais trio elétrico e grade e
rodas cinzas. A XLT 2.0 sai por
R$ 63 mil. (FABIANO SEVERO)
O carro foi cedido para avaliação pela montadora
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