São Paulo, domingo, 21 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Após 4 anos, EcoSport muda para manter o 1º

Líder de segmento quase sem concorrentes, jipinho da Ford mantém preço e aptidões que o consagraram

DA REPORTAGEM LOCAL

Não há dúvidas de que o Ford EcoSport é um campeão de vendas. Além de figurar no topo da lista de utilitários esportivos compactos -detém 55% do segmento e vende 3.500 unidades mensais-, caiu no gosto, em especial, das mulheres.
Mas como mexer em um time que está vencendo? João Marcos Ramos, gerente de design da Ford, explica que o maior desafio foi "não perder a mão" -manter um desenho que agradasse à maioria.
"Buscamos inspiração nas picapes e nos utilitários esportivos da Ford americana, que usam linhas robustas e anguladas", diz Ramos. Ele também afirma que o cliente do EcoSport não quer ter a sensação de andar num Hummer -versão civil da General Motors para o jipão usado na Guerra do Golfo.
Mesmo assim, os canhões estão lá, nos faróis e na lanterna traseira do EcoSport. A seta, que foi para a parte interna dos faróis, está maior, mas ainda peca na hora de alertar pedestres, que só vêem a lateral.
"Teríamos de mudar o ferramental da linha de montagem para adaptar um repetidor da seta nos pára-lamas dianteiros. Talvez o pisca no retrovisor resolvesse", diz Rodrigo Lourenço, gerente de produto da Ford.

Casa de grilo
Além do design, o outro desafio era livrar-se da "casa de grilo" que, desde 2003, parasita o interior da família EcoSport.
"O ruído interno foi o item mais criticado por consumidores de Brasil, Argentina e México", confirma Nahuel Osanai, gerente de projeto do jipinho.
Há um ano a Ford já sabia disso e, para amenizar os "grilos" na tampa do bagageiro, adaptou pequenas borrachas na quinta porta, mas não resolveu. Com o tempo, elas caíam.
Agora, a solução parece definitiva. A porta do bagageiro -que se abre como a de um freezer de padaria- ganhou vedações de borracha nas extremidades e um pino regulador.
Resolveu? Bem, o carro avaliado pela Folha estava com 5.523 quilômetros rodados. Ele não fazia barulho, mas nada garante que, aos 50 mil quilômetros, o tal "grilóideo" não volte a cantarolar pelos cantos.
O motor não mudou. É exatamente o mesmo 1.6 bicombustível de 105 cv (cavalos) com gasolina e 111 cv com o derivado da cana-de-açúcar.
E é o que o EcoSport tem de melhor -alguns hão de dizer que é o porte de jipinho urbano ou a posição alta de guiar.
Seu câmbio ganhou novo escalonamento da primeira e da quinta marchas. Ao arrancar, a relação 15% mais curta ajuda. Na estrada, porém, a quinta marcha pode tudo, menos cair abaixo dos 2.000 rpm.
Na verdade, ela nem deveria ser chamada de quinta, mas de "overdrive", como os americanos intitulam a última marcha usada para reduzir a rotação do motor e o consumo.
Além do motor, o outro trunfo do EcoSport é o preço, mantido inalterado. A versão básica, a XL, parte de R$ 49.680, com ar-condicionado e direção hidráulica. A FreeStyle, que corresponde a 40% das vendas, traz mais trio elétrico e grade e rodas cinzas. A XLT 2.0 sai por R$ 63 mil. (FABIANO SEVERO)


O carro foi cedido para avaliação pela montadora

Texto Anterior: Cartas
Próximo Texto: Motor 1.4 dá sentido à picape Montana
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.