São Paulo, domingo, 17 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

peças & acessórios

EUA cortam verba de carros "verdes"

Mesmo com discurso ambiental de Barack Obama, investimento em célula de combustível cairá 60% em 2010

Divulgação
honda FCX Clarity roda 453 km com uma carga de hidrogênio e ganhou título mundial de "Carro verde 2009"

DO "NEW YORK TIMES"

Quando o ex-diretor do programa de célula de combustível da General Motors, Byron McCormick, renunciou ao posto de membro do conselho sobre hidrogênio do Departamento de Energia dos Estados Unidos, ele não ficou calado. Enviou uma carta ao secretário de energia, Steven Chu, criticando a decisão de reduzir de US$ 168 milhões para US$ 68 milhões a verba destinada ao desenvolvimento de carros a célula de combustível em 2010.
As críticas repercutiram por toda a Casa Branca, até porque o hidrogênio tem alguns apoiadores influentes, como montadoras e grupos industriais. Para Edward B. Cohen, vice-presidente de relações governamentais da Honda, a decisão pode ser mal interpretada, sugerindo que o hidrogênio não seja um combustível apropriado para automóveis. "Ainda temos esperança que o secretário [que trabalha num laboratório focado em biocombustíveis] reveja a questão, pois ele ainda não se reuniu com os principais pesquisadores da área", diz Robert Rose, diretor-executivo do conselho americano de célula de combustível. O Departamento de Energia dos EUA ainda propõe renomear o programa, que terá novas prioridades e aplicações. O porta-voz da Associação Nacional do Hidrogênio, Patrick Serfass, diz que a entidade não entende o porquê do corte.
"A tecnologia apresentou progressos nos últimos anos." No discurso sobre o corte de verba, o secretário destacou a expansão dos postos para carros movidos a eletricidade, e não a célula de combustível. "Devemos nos perguntar se daqui a dez ou 20 anos iremos migrar para veículos movidos a hidrogênio. Acreditamos que a resposta será negativa", diz.
Mas as montadoras, que estão à frente do desenvolvimento desta tecnologia, como Honda, Toyota e GM, preferem apostar em várias frentes, incluindo os veículos elétricos. Mas John Hanson, porta-voz da Toyota, lembra que o principal obstáculo do hidrogênio é a oferta de postos. Nos EUA, são cerca de 65; no mundo, 180. Para Hanson, a tecnologia dos carros a hidrogênio progrediu mais que a dos elétricos. "O desafio ainda é reduzir custos e ampliar a rede de postos."
Veja como funciona um carro movido a hidrogênio
www.folha.com.br/090942

Texto Anterior: Queda do dólar já reduz preço de carros importados
Próximo Texto: Cartas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.