São Paulo, Domingo, 26 de agosto de 2012

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DESENHO

CASAL QUERIDINHO DO CINEMA AMERICANO ATUA EM COMÉDIA ROMÂNTICA

por RAUL JUSTE LORES, de Nova York

A dupla de atores Paul Dano e Zoe Kazan, namorados na vida real, produz, escreve e atua na comédia romântica "Ruby Sparks - A Namorada Perfeita", um dos bons filmes da nova safra hollywoodiana

Eles namoram há cinco anos, mas foi com o filme "Ruby Sparks - A Namorada Perfeita" (estreia no Brasil em 28/9) que os atores Paul Dano e Zoe Kazan se transformaram no novo casal queridinho do cinema independente americano.

O ator chamou a atenção da crítica em "Sangue Negro" (2007), do diretor Paul Thomas Anderson ("Magnólia"), como um pastor conservador que atrapalhava os planos do barão do petróleo interpretado por Daniel Day-Lewis.

Neta do cineasta Elia Kazan (1909-2003), diretor de clássicos como "Sindicato de Ladrões" (1954) e "Uma Rua Chamada Pecado" (1951), Zoe ainda não se destacou no cinema, mas foi elogiada por suas últimas atuações no teatro.

Em 2008, fez parte do elenco estrelado de "A Gaivota", de Chékhov (1860-1904), com Kristin Scott Thomas e Peter Sarsgaard, e da última montagem do clássico recente do teatro americano "Angels in America". Parecem feitos sob medida um para o outro. Pelo menos na ficção.

Como acontece nessa comédia romântica, inteligente e quase dramática, uma raridade no gênero. A dupla trabalha diante e detrás das câmeras.Paul, 28, é o personagem principal, um escritor de sucesso sofrendo bloqueio criativo. Zoe, também 28, é a namorada ideal, inventada para um romance em rascunho do escritor, mas que ganha carne e osso para surpresa, paixão e algum desespero do protagonista.

Ele é produtor-executivo do filme, e ela é autora do roteiro, seu primeiro levado às telas. "Ruby Sparks" é dirigido por outro casal, Jonathan Dayton e Valerie Faris, que estreou no cinema há seis anos com "Pequena Miss Sunshine" (2006), primeiro sucesso dele.

Em "Ruby", o escritor é um poço de ansiedade e solidão que tem sua vida modificada pela aparição da tal garota ideal. De início, como na fantasia mais tradicional masculina, o personagem dele adora a novidade e dita tudo o que busca em uma namorada perfeita.

Mas o controle se transforma em angústia, com o duro aprendizado de que não dá para criar alguém que corresponda 100% aos nossos desejos.

Uma junta de 20 psicanalistas poderia debater o que se passava na cabeça dela ao escrever, para o namorado, um personagem solitário, controlador e que não sabe lidar com as diferenças femininas.

"Quando estava na página dez da primeira versão do roteiro, perguntei para ela: 'Você está escrevendo esses papéis para nós?'", desconfiou Paul.

"Hmmm, acho que sim", respondeu Zoe.


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