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CONFLITO COLOMBIANO
Brasil deve facilitar negociação entre Uribe e Farc, diz estudo
DA REPORTAGEM LOCAL
O centro de pesquisas independente International
Crisis Group afirmou, em
documento divulgado ontem, que uma derrota militar
das debilitadas Farc (Forças
Armadas Revolucionárias da
Colômbia) é improvável no
médio prazo e urgiu Bogotá a
retomar negociações com a
guerrilha tendo o Brasil e,
possivelmente, o Chile como
facilitadores do processo.
No texto, o prestigioso
grupo utiliza entrevistas com
especialistas, integrantes de
governos e fontes militares
para descrever a situação das
Farc. A conclusão é que a
guerrilha está enfraquecida
moral e militarmente, mas
segue bem financiada (estimados US$ 600 milhões/ano
do narcotráfico) e com grande capacidade de adaptação.
Popular pela intensa pressão militar sobre a guerrilha
-feita com ajuda dos EUA-,
o governo de Álvaro Uribe
rejeita negociar e prefere
combinar sua estratégia com
incentivos para deserções.
Mas, para o Crisis Group, a
atitude tem poucas chances
de êxito completo. O texto
diz que a ofensiva divide a
guerrilha em facções que
agem independentemente e
em articulação com paramilitares e narcotraficantes locais e estrangeiros.
Quanto ao Brasil, o texto
lembra a participação logística do país na entrega de reféns unilateral feita pelas
Farc em fevereiro e diz ter
ouvido diplomatas da França
interessados em apoiar essa
mediação brasileira. O grupo
diz que a recente aproximação entre o governo Uribe e o
governo Lula, em especial na
área de defesa, pode "preparar o palco para uma facilitação regional para terminar o
longo conflito".
Ontem, a senadora oposicionista colombiana Piedad
Córdoba, cujo grupo negociou libertação de reféns
com as Farc, disse que a
guerrilha está "pronta" para
negociar a troca de sequestrados por guerrilheiros presos e que "o anúncio das condições é iminente".
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