São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Divisão no PC alimentou as manifestações na praça da Paz

DA REDAÇÃO

Divisões internas no Partido Comunista permitiram o crescimento da maior manifestação pró-abertura na China socialista, que culminou no massacre da praça da Paz Celestial, há precisos 19 anos. Em abril de 1989, a morte do reformista Hu Yaobang -demitido três anos antes do cargo de secretário-geral- durante encontro do Politburo levou à praça, em Pequim, centenas de estudantes. Logo seriam milhares, milhões de pessoas em várias cidades.
A China atravessava um período de inflação alta, combinada ao menor crescimento desde a morte de Mao Tsé-Tung. A abertura econômica iniciada em 1978 não fora acompanhada de democratização e, na percepção de muitos chineses, a corrupção se generalizava. Outros temiam a chegada do protocapitalismo, que percebiam como uma traição ao legado de Mao. O grupo, heterogêneo, pouco tinha em comum além da insatisfação com o governo.
A demissão do premiê Zhao Ziyang, próximo a Hu, e a lei marcial, em maio, abriram caminho para a repressão. Mas o partido hesitava. Somente em 4 de junho, esgotadas as chances de uma dissolução pacífica, os tanques tomariam a praça, centro do poder chinês.
A abertura política, demanda central do movimento, não veio. Estava consolidado o binômio liberalismo econômico e rigidez política que até hoje caracteriza o "socialismo de mercado" à chinesa.


Texto Anterior: Dissidência mingua na China após Tiananmen
Próximo Texto: Síria: EUA precisam mediar processo de paz com Israel, afirma Assad
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.