São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2008

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Guerra Fria / EUA - Sérgio Dávila

Mais Maggis e Cielos

JÁ QUE A OLIMPÍADA acontece na terra dos slogans, o título acima deveria ser adotado como um deles pelos brasileiros para os Jogos de Londres, em 2012.
Se o país quer ser levado a sério na arena internacional, deveria investir nessa poderosa ferramenta de "soft power" que são as competições esportivas -e não vale só pensar na Copa do Mundo, como hoje.
No momento em que escrevo esta coluna, o Brasil está em 26º lugar no quadro de medalhas. Está à frente somente da Índia entre seus companheiros de Bric, o acrônimo utilizado pela primeira vez em 2001 pelo banco de investimentos Goldman Sachs para se refe- rir a Brasil, Rússia, Índia e China como líderes das economias emergentes.
Pois a China ocupa a primeira colocação, a Rússia está em quarto, e a Índia nunca teve tradição esportiva mesmo -além disso, eles têm a bomba atômica e são vizinhos do Paquistão; não precisam de medalhas de ouro para ser levados a sério pelos Estados Unidos, o segundo colocado no quadro, e pelo mundo em geral.
Não é ufanismo; é dinheiro. As empresas norte-americanas ainda terminam de calcular quanto o evento renderá para quem foi à Olimpíada, mas a cifra ficará na casa dos bilhões de dólares. Só para se ter uma idéia, a audiência média diária da NBC foi de 29 milhões de telespectadores durante os Jogos, mais do que qualquer outro programa de televisão no ar hoje em dia nos Estados Unidos, de séries a telejornais.
A emissora norte-americana investiu US$ 894 milhões pelos direitos exclusivos da transmissão, como falei aqui na segunda coluna dessa série, mas o faturamento com o evento já ultrapassa o bilhão de dólares, o que deixa aí um saldo positivo de, no mínimo, nada desprezíveis US$ 100 milhões.
Adaptando o slogan comunista, "que cem Maurren Maggis desabrochem, que cem César Cielos rivalizem."


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