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Guerra Fria / EUA - Sérgio Dávila
Mais Maggis e Cielos
JÁ QUE A OLIMPÍADA
acontece na terra dos
slogans, o título acima
deveria ser adotado como um
deles pelos brasileiros para os
Jogos de Londres, em 2012.
Se o país quer ser levado a sério na arena internacional, deveria investir nessa poderosa
ferramenta de "soft power" que
são as competições esportivas
-e não vale só pensar na Copa
do Mundo, como hoje.
No momento em que escrevo
esta coluna, o Brasil está em
26º lugar no quadro de medalhas. Está à frente somente
da Índia entre seus companheiros de Bric, o acrônimo utilizado pela primeira vez em 2001
pelo banco de investimentos
Goldman Sachs para se refe-
rir a Brasil, Rússia, Índia e China como líderes das economias
emergentes.
Pois a China ocupa a primeira colocação, a Rússia está em
quarto, e a Índia nunca teve tradição esportiva mesmo -além
disso, eles têm a bomba atômica e são vizinhos do Paquistão;
não precisam de medalhas de
ouro para ser levados a sério
pelos Estados Unidos, o segundo colocado no quadro, e pelo
mundo em geral.
Não é ufanismo; é dinheiro.
As empresas norte-americanas
ainda terminam de calcular
quanto o evento renderá para
quem foi à Olimpíada, mas a cifra ficará na casa dos bilhões de
dólares. Só para se ter uma
idéia, a audiência média diária
da NBC foi de 29 milhões de telespectadores durante os Jogos, mais do que qualquer outro programa de televisão no ar
hoje em dia nos Estados Unidos, de séries a telejornais.
A emissora norte-americana
investiu US$ 894 milhões pelos
direitos exclusivos da transmissão, como falei aqui na segunda coluna dessa série, mas o
faturamento com o evento já
ultrapassa o bilhão de dólares,
o que deixa aí um saldo positivo
de, no mínimo, nada desprezíveis US$ 100 milhões.
Adaptando o slogan comunista, "que cem Maurren
Maggis desabrochem, que cem
César Cielos rivalizem."
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