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ATLETISMO
Jamaica e Bolt faturam mais um ouro e recorde
País vence 4 x 100 m, dá 3º título a astro e vira "capital da velocidade"
Após vitória, Relâmpago dança de novo e diz que só está se divertindo ao rebater críticas de cartola do COI a estilo showman
DO ENVIADO A PEQUIM
Usain Bolt e a Jamaica voltaram a ser os protagonistas
de ontem no estádio Ninho de
Pássaro. O velocista, cujo apelido é Relâmpago, arrebatou
seu terceiro ouro nos Jogos
com recorde mundial.
Bolt integrou o revezamento 4 x 100 m da Jamaica, que
venceu a prova com o tempo
de 37s10, batendo a marca anterior (37s40), que era dos
EUA havia 16 anos. "Pedi aos
garotos para darem o máximo, e eles corresponderam",
festejou Bolt, 22, que correu
com Nesta Carter, Micheal
Frater e Asafa Powell.
Com a vitória, o jamaicano
entrou no grupo de nove atletas que já conquistaram três
ouros no atletismo olímpico
em uma só edição dos Jogos.
O último a atingir essa façanha havia sido o norte-americano Bobby Morrow, em Melbourne-1956. O recordista é o
finlandês Paavo Nurmi, com
cinco em Paris-1924.
Sem os EUA, eliminados na
semifinal, a Jamaica dominou
a prova de ontem, chegando
0s94 à frente de Trinidad e
Tobago, vice-campeão. Os japoneses foram bronze.
O triunfo também deu fim à
sina de decepções de Asafa
Powell em competições importantes -ele ficara fora do
pódio nos 100 m em Atenas-2004 e agora, em Pequim.
E foi Powell quem resumiu
bem o sentimento de triunfo
da equipe, que dominou competições antes vencidas pelos
EUA: "A Jamaica é hoje a capital mundial da velocidade".
Em Pequim, a ilha caribenha impôs derrotas significativas aos norte-americanos
nos 100 m e nos 200 m (masculino e feminino) e nos 400
m com barreiras (feminino).
"O que posso dizer? Os jamaicanos estão tomando conta do
mundo", provocou Bolt.
A vitória dos rivais acirra a
crise na delegação dos EUA,
que amargam fiasco no atletismo. No quadro geral da modalidade, os americanos estão
atrás de Rússia (6 ouros, 4
pratas e 5 bronzes) e Jamaica
(6 ouros, 3 pratas e 5 bronzes).
O país passou nos últimos
anos pelo maior escândalo de
doping de sua história, que gerou até a prisão da velocista
Marion Jones, no caso Balco.
Do outro lado, os jamaicanos se divertem. Não são afetados nem pelas críticas do
presidente do COI, Jacques
Rogge, ao estilo showman de
Bolt até durante as provas.
"Eu sempre me divirto depois das corridas, e as pessoas
amam isso", disse Bolt. "Não
interessa o que alguém ache
ou comente. Eu sou só divertido."
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
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