São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2008

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ATLETISMO

Jamaica e Bolt faturam mais um ouro e recorde

País vence 4 x 100 m, dá 3º título a astro e vira "capital da velocidade"

Após vitória, Relâmpago dança de novo e diz que só está se divertindo ao rebater críticas de cartola do COI a estilo showman


DO ENVIADO A PEQUIM

Usain Bolt e a Jamaica voltaram a ser os protagonistas de ontem no estádio Ninho de Pássaro. O velocista, cujo apelido é Relâmpago, arrebatou seu terceiro ouro nos Jogos com recorde mundial.
Bolt integrou o revezamento 4 x 100 m da Jamaica, que venceu a prova com o tempo de 37s10, batendo a marca anterior (37s40), que era dos EUA havia 16 anos. "Pedi aos garotos para darem o máximo, e eles corresponderam", festejou Bolt, 22, que correu com Nesta Carter, Micheal Frater e Asafa Powell.
Com a vitória, o jamaicano entrou no grupo de nove atletas que já conquistaram três ouros no atletismo olímpico em uma só edição dos Jogos. O último a atingir essa façanha havia sido o norte-americano Bobby Morrow, em Melbourne-1956. O recordista é o finlandês Paavo Nurmi, com cinco em Paris-1924.
Sem os EUA, eliminados na semifinal, a Jamaica dominou a prova de ontem, chegando 0s94 à frente de Trinidad e Tobago, vice-campeão. Os japoneses foram bronze.
O triunfo também deu fim à sina de decepções de Asafa Powell em competições importantes -ele ficara fora do pódio nos 100 m em Atenas-2004 e agora, em Pequim.
E foi Powell quem resumiu bem o sentimento de triunfo da equipe, que dominou competições antes vencidas pelos EUA: "A Jamaica é hoje a capital mundial da velocidade".
Em Pequim, a ilha caribenha impôs derrotas significativas aos norte-americanos nos 100 m e nos 200 m (masculino e feminino) e nos 400 m com barreiras (feminino). "O que posso dizer? Os jamaicanos estão tomando conta do mundo", provocou Bolt.
A vitória dos rivais acirra a crise na delegação dos EUA, que amargam fiasco no atletismo. No quadro geral da modalidade, os americanos estão atrás de Rússia (6 ouros, 4 pratas e 5 bronzes) e Jamaica (6 ouros, 3 pratas e 5 bronzes).
O país passou nos últimos anos pelo maior escândalo de doping de sua história, que gerou até a prisão da velocista Marion Jones, no caso Balco.
Do outro lado, os jamaicanos se divertem. Não são afetados nem pelas críticas do presidente do COI, Jacques Rogge, ao estilo showman de Bolt até durante as provas.
"Eu sempre me divirto depois das corridas, e as pessoas amam isso", disse Bolt. "Não interessa o que alguém ache ou comente. Eu sou só divertido." (ADALBERTO LEISTER FILHO)


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