São Paulo, domingo, 05 de junho de 2005

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Ilustre cérebro do "Grande Al" descansa em paz

DA CALIFÓRNIA

Em 17 de abril de 1955, Albert Einstein foi internado no hospital universitário de Princeton, morrendo no dia seguinte. Começava ali a jornada de um dos cérebros mais invejados do século 20.
O patologista de plantão naquele dia era Thomas S. Harvey, que fez a autópsia requerida por lei e decidiu por conta própria roubar o órgão. Foi demitido.
Depois de levar o cérebro a um amigo num hospital na Filadélfia, que seccionou o órgão em 200 pedaços, Harvey guardou tudo em casa. Nos 40 anos seguintes, sempre que era procurado por um repórter, dizia estar "acabando os estudos". Isso nunca aconteceu. Em 1997, a "Harper's Magazine" decidiu mandar o jornalista Michael Paterniti para saber que fim levou aquele caso.
Paterniti encontrou o que restava do cérebro num pote de Tupperware com um pedaço de papel pregado com os dizeres "Big Al's Brain" (o cérebro do grande Al). Convenceu Harvey a devolver o órgão para Princeton.
Harvey era generoso sempre que alguém se interessava em estudar o cérebro de Einstein. Uma dessas pessoas foi a neurocientista Marian Diamond, da Universidade da Califórnia. Ela comparou duas secções com as mesmas partes de onze cérebros de veteranos de guerra. Não encontrou nenhuma diferença entre eles em número de neurônios, mas seu estudo se mostraria falho.
Em 1993, S.S. Kantha, do Instituto de Biociência de Osaka, no Japão, concluiu que uma falha na região conhecida como área de Brodmann 39 poderia explicar o fato de Einstein ter começado a falar só aos três anos.
Em 2000, um grupo da Universidade McMaster, no Canadá, mostrou que a região relacionada ao raciocínio lógico do cérebro de Einstein era 15% maior que o normal. O debate continua. (SÉRGIO DÁVILA)


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