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Ilustre cérebro
do "Grande Al"
descansa em paz
DA CALIFÓRNIA
Em 17 de abril de 1955, Albert Einstein foi internado
no hospital universitário de
Princeton, morrendo no dia
seguinte. Começava ali a jornada de um dos cérebros
mais invejados do século 20.
O patologista de plantão
naquele dia era Thomas S.
Harvey, que fez a autópsia
requerida por lei e decidiu
por conta própria roubar o
órgão. Foi demitido.
Depois de levar o cérebro a
um amigo num hospital na
Filadélfia, que seccionou o
órgão em 200 pedaços, Harvey guardou tudo em casa.
Nos 40 anos seguintes, sempre que era procurado por
um repórter, dizia estar
"acabando os estudos". Isso
nunca aconteceu. Em 1997, a
"Harper's Magazine" decidiu mandar o jornalista Michael Paterniti para saber
que fim levou aquele caso.
Paterniti encontrou o que
restava do cérebro num pote
de Tupperware com um pedaço de papel pregado com
os dizeres "Big Al's Brain" (o
cérebro do grande Al). Convenceu Harvey a devolver o
órgão para Princeton.
Harvey era generoso sempre que alguém se interessava em estudar o cérebro de
Einstein. Uma dessas pessoas foi a neurocientista Marian Diamond, da Universidade da Califórnia. Ela comparou duas secções com as
mesmas partes de onze cérebros de veteranos de guerra.
Não encontrou nenhuma diferença entre eles em número de neurônios, mas seu estudo se mostraria falho.
Em 1993, S.S. Kantha, do
Instituto de Biociência de
Osaka, no Japão, concluiu
que uma falha na região conhecida como área de Brodmann 39 poderia explicar o
fato de Einstein ter começado a falar só aos três anos.
Em 2000, um grupo da
Universidade McMaster, no
Canadá, mostrou que a região relacionada ao raciocínio lógico do cérebro de
Einstein era 15% maior que
o normal. O debate continua.
(SÉRGIO DÁVILA)
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