São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

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Polícia diz não ter evidências que confirmem versão de brasileira

Segundo fonte próxima da investigação, tese de automutilação ganha força

MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE

Uma semana depois da suposta agressão sofrida por Paula Oliveira num subúrbio de Zurique, a polícia suíça ainda não encontrou nenhuma evidência que corrobore a versão da brasileira. Segundo fonte próxima da investigação, após vários interrogatórios e buscas no local onde teria ocorrido o ataque, a tese de automutilação ganha cada vez mais força.
A polícia não achou vestígios da agressão nem testemunhas, apesar de ter divulgado um telefone pedindo informações.
Mas a família continua acreditando na versão de Paula: a de que ela foi agredida por três skinheads na segunda-feira e sofreu um aborto no banheiro de uma estação de trem após ter sido espancada e torturada, com cortes por todo o corpo.
Paula está internada no Hospital Universitário de Zurique e a expectativa dos pais dela, que acompanham sua recuperação de perto, é a de que receba alta nos próximos dias. O pai, Paulo Oliveira, já disse que ela "não tem motivo para fugir", mas acha que o melhor é que ela volte à sua casa, em Recife, porque a Suíça no momento não é o local "mais amigável".
A família ainda não recebeu o laudo que a polícia suíça diz ter, desmentindo a gravidez de Paula. Após a volta ao Brasil, o pai considera a possibilidade de fazer uma contraprova.
A madrasta de Paula, Jussara Britto, afirmou que a família estuda a possibilidade de contratar um advogado suíço para questionar a polícia local. Para Sílvio Oliveira, tio de Paula, dificilmente a polícia suíça irá investigar a fundo o caso.
Paula tem recebido visitas de colegas da multinacional dinamarquesa Maersk, onde trabalha em Zurique. Assustado com a exposição na imprensa, o namorado, Marco Trepp, tem se mantido afastado.
Segundo pessoas que estiveram com ela, Paula apresenta sinais de melhora. Ontem ela deu os primeiros sorrisos e conversou longamente com os pais e colegas. Por recomendação médica, ainda não sabe que a polícia desmentiu a versão de que estava grávida e ainda suspeita de automutilação.


Colaborou a Agência Folha, em Recife


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