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Polícia diz não ter evidências que confirmem versão de brasileira
Segundo fonte próxima da investigação, tese de automutilação ganha força
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A ZURIQUE
Uma semana depois da suposta agressão sofrida por Paula Oliveira num subúrbio de
Zurique, a polícia suíça ainda
não encontrou nenhuma evidência que corrobore a versão
da brasileira. Segundo fonte
próxima da investigação, após
vários interrogatórios e buscas
no local onde teria ocorrido o
ataque, a tese de automutilação
ganha cada vez mais força.
A polícia não achou vestígios
da agressão nem testemunhas,
apesar de ter divulgado um telefone pedindo informações.
Mas a família continua acreditando na versão de Paula: a de
que ela foi agredida por três skinheads na segunda-feira e sofreu um aborto no banheiro de
uma estação de trem após ter
sido espancada e torturada,
com cortes por todo o corpo.
Paula está internada no Hospital Universitário de Zurique e
a expectativa dos pais dela, que
acompanham sua recuperação
de perto, é a de que receba alta
nos próximos dias. O pai, Paulo
Oliveira, já disse que ela "não
tem motivo para fugir", mas
acha que o melhor é que ela volte à sua casa, em Recife, porque
a Suíça no momento não é o local "mais amigável".
A família ainda não recebeu o
laudo que a polícia suíça diz ter,
desmentindo a gravidez de
Paula. Após a volta ao Brasil, o
pai considera a possibilidade de
fazer uma contraprova.
A madrasta de Paula, Jussara
Britto, afirmou que a família estuda a possibilidade de contratar um advogado suíço para
questionar a polícia local. Para
Sílvio Oliveira, tio de Paula, dificilmente a polícia suíça irá investigar a fundo o caso.
Paula tem recebido visitas de
colegas da multinacional dinamarquesa Maersk, onde trabalha em Zurique. Assustado com
a exposição na imprensa, o namorado, Marco Trepp, tem se
mantido afastado.
Segundo pessoas que estiveram com ela, Paula apresenta
sinais de melhora. Ontem ela
deu os primeiros sorrisos e
conversou longamente com os
pais e colegas. Por recomendação médica, ainda não sabe que
a polícia desmentiu a versão de
que estava grávida e ainda suspeita de automutilação.
Colaborou a Agência Folha, em Recife
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