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Número de mulheres taxistas cresceu 162% nos últimos cinco anos
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GUILHERME GENESTRETI
LETÍCIA MORI
DE SÃO PAULO
As mulheres são minoria entre os taxistas de São Paulo, segundo o DTP (Departamento de Transportes Públicos), mas a entrada delas nesse mercado cresceu 162% nos últimos cinco anos -chegou a 5.408 condutoras, ou 7% do total de taxistas ativos em São Paulo.
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Muitas entram na profissão por influência do marido ou do pai motorista. Lilian Alves, 34, começou na carreira há 14 anos. Sem dinheiro para pagar a faculdade de direito, aceitou o conselho do pai para tentar a vida como taxista.
"No fim de semana, eu dobrava a noite trabalhando. Minha mãe não dormia." Hoje, quem se preocupa com ela é seu filho, João Pedro, 7. "Às vezes, ele pergunta: 'Mãe, você volta?'. E eu saio com o coração apertado."
O fato de ser uma mulher ao volante atrai preconceitos. "Tem duas passageiras no meu ponto que não pegam corrida comigo", diz Lilian, que atua na Vila Mariana, zona sul. A condição também a torna mais suscetível a assédios sexuais. "Uma vez um executivo tentou me agarrar. Eu dirigia na avenida 23 de Maio e ele tentou me beijar à força. Encostei atrás de uma viatura e ele foi embora", lembra.
Sueli de Almeida, 42, taxista há cinco anos, enfrenta os mesmos problemas. "Com essa aí eu não vou, prefiro homem", teria dito uma passageira. "Vai ver ela achou que eu dirigia mal. Até mulher pode ter preconceito contra a outra. Mas a maioria sabe que a gente é até mais cuidadosa."
Às vezes seus clientes também passam cantadas ou ligam para bater papo e chamar para sair. "Uma vez um homem passou da linha e colocou a mão na minha coxa. Mas eu fiquei muito brava e ele pediu desculpa."
Os colegas, no entanto, são compreensivos. "Quando eu comecei, eles me passaram o celular para que eu ligasse se estivesse perdida."
Formada em pedagogia e em gestão financeira, Sueli trabalhou pouco em sua área porque precisava cuidar das três filhas. Com o divórcio, decidiu que não queria mais ficar o dia todo em casa. "Pouco antes da separação, meu marido, que tinha um amigo taxista, comprou o carro para mim. Eu não conhecia nada. Comprei um GPS e me joguei."
Beatriz Aparecida da Silva, 47, também teve um empurrão do marido quando começou, há sete anos. Ex-gerente de banco, ela exalta a liberdade de cumprir o próprio horário, mas reclama da falta de segurança. "Quem é mulher é presa fácil", diz ela, que há cinco anos trocou o ponto de rua por uma cooperativa de radiotáxi.
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