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11/10/2012 - 14h16

Para leitor, criminoso fala que integra o PCC para ser respeitado

LEITOR EDUARDO ANDREASSI
DE SÃO PAULO

Segundo as últimas notícias, o PCC (Primeiro Comando da Capital) tem 1.343 funcionários em 123 cidades e suas ordens são dadas por chefes que estão dentro dos presídios de segurança máxima. Isso porque foram gastos bilhões de reais para a construção dos tais presídios.

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O PCC é muito mais organizado que o nosso Governo. É evidente que tem muita gente poderosa envolvida. Os criminosos são obrigados a pagar uma mensalidade de R$ 600 e obtém benefícios no caso de ser preso (advogado, ajuda financeira para a família) e o direito de se identificar entre criminosos como membro da organização. O cidadão honesto, trabalhador ou desempregado têm esses direitos?

Acontece que nos dias de hoje, quase todo criminoso, para ser respeitado e até ser temido, diz ser integrante do PCC. Desde o começo do ano, mais de 75 policiais foram assassinados. O que espanta é que poucos leitores comentam matérias assim. Falta de informações? Não querem expor seus nomes? Temem represarias? Acredito que sim.

Letícia Mori - 29.set.2012/Folhapress
Policiais acompanham o enterro de André Peres de Carvalho, 40, soldado da Rota morto na Capital
Policiais acompanham o enterro de André Peres de Carvalho, 40, soldado da Rota morto na Capital

Raros os veículos que dão destaque em seus noticiários. Matérias investigativas citando traficantes, pessoas do "alto escalão" e seus esquemas não dão repercussão pelo simples fato de que temos uma sociedade alienada e acomodada. Acontecimentos assim estão impregnados em nossa cultura.

Se há alguma ação por parte da polícia para coibir ações dessa natureza, há repercussão negativa. Passeatas mobilizam "simpatizantes", indignados com a "crueldade" dos policiais. Logo, a sociedade compactua com os acontecimentos quando se calam ou sutilmente comentam em redes sociais. Mas não há repercussão, por exemplo, quando trabalhadores e pais de família são executados pior do que animais.

Se for a fundo e procurar saber a principal causa de tanta violência, têm-se a resposta: as drogas! A maioria da população só se conscientiza e revê seus julgamentos quando o problema bate à sua porta, destruindo a família da vítima.

São vãs filosofias muito longe da nossa realidade. Lembram-se da campanha feita pelo Governo, veiculado na mídia, citando o que o crack causa? Ao mesmo tempo, passeatas e protestos em prol da liberação eram vistos nas grandes cidades, assim como figuras públicas defendendo o uso da maconha. O que aconteceu? A campanha saiu do ar.

Veja vídeo

Só o crack causa problemas? E os ácidos, maconha, cocaína, heroína, ópio, anfetaminas, ecstasy, quetamina e outras que estão por aí? É um problema social, cultural e até de índole. A droga é democrática, pois atinge todas as camadas sociais, mas cobra um preço alto para o usuário, sua própria família e pessoas que não tem nada a ver com isso.

Quando a polícia troca tiros com bandidos surge uma manchete citando que a polícia está agressiva, despreparada e feriu um suposto assaltante. Suposto? Em muitos casos isso pode até ocorrer, mas nos últimos meses o que mais vimos era que esses "supostos bandidos" tinham uma extensa ficha criminal.

Nas eleições, para não associar a imagem de policiais a políticos, comandantes de corporações foram afastados como o tenente-coronel Salvador Modesto Madia, da ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). Segundo uma rápida pesquisa na internet, o salário de um PM em São Paulo é cerca de R$ 700. Todo o resto é gratificação. Os policiais saem para o trabalho e não sabem se voltam para casa, como muitos inocentes e trabalhadores desse Brasil.

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