São Paulo, quarta-feira, 24 de outubro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Paternidade
"Pai de quatro filhos e portador do "direito" a uma licença (sic) de cinco dias corridos -que serve, quando muito, para você conseguir trazer seus filhos para casa depois da maternidade-, concordo plenamente com o texto da doutora Mirian Goldenberg ("Tendências/ Debates" de ontem).
Enquanto não for construído um sistema de direitos para que os homens também possam exercer condignamente a sua paternidade, e enquanto os preconceitos continuarem colocando o homem como um ser terciário (se tanto!) nos cuidados e na educação de seus filhos, continuaremos distantes de uma sociedade que respeita as diferenças e promove as igualdades."
JORGE DORFMAN KNIJNIK, professor-doutor da Escola de Educação Física e Esporte da USP (São Paulo, SP)

Armênios
"O editorial "Perturbação dispensável" (Opinião, 19/10) é de um cinismo atroz. O holocausto armênio é incontestável, e omitir-se por medo da reação do governo turco é muito oportunismo.
Se a Alemanha fosse uma ditadura militar mal disfarçada, como a Turquia, a Folha aconselharia negar o holocausto judeu para não criar "novas perturbações'? Quem não reconhece os erros de sua história corre o risco de repeti-los (vide opressão turca dos curdos). Convém lembrar também que muitos dos curdos que hoje são vítimas de opressão (genocídio?) dos turcos participaram com entusiasmo do genocídio armênio, conforme Robert Fisk mostra em "The Great War for Civilisation"."
CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC)

Breve morte
"O capitalismo há muito tempo deixou de ser meramente selvagem. Hoje essa adjetivação pode ser considerada até fleumática e ingênua.
A adição de soda cáustica ao leite consumido por milhões de pessoas, especialmente crianças, visando o lucro fácil e criminoso, provou que o capitalismo, apesar do trabalho do seu nefasto maquiador, o merchandising, está a merecer adjetivos mais fortes, tais como aterrador, aberrante e assassino.
Muitos julgavam estar consumindo "leite longa vida", entretanto consumiram tão-somente "soda cáustica breve morte"."
TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO (Belo Horizonte, MG)

Violência
"Gostaria de elogiar a reportagem do Folhateen sobre o filme "Tropa de Elite" (22/10). Talvez tenha sido a única entre as que li que tratou o filme com a seriedade que o assunto merece.
Jovens que viram e amaram o filme dizem que ele "mostra a realidade". Mas fica claro na entrevista com Rodrigo Pimentel que o filme mostra só uma parte -editada e maquiada- da realidade, com a função de entretenimento, coisa que a maioria das pessoas que assiste ao filme não se dá conta.
Acho complicado, no nosso país, de tantas diferenças sociais, um filme apresentar a guerra como solução para a violência, estigmatizar ONGs (a grande maioria com trabalhos sérios) como "amigos de traficantes" e mostrar ações sociais como algo banal.
Sou professora na comunidade de Paraisópolis -a segunda maior e a menos violenta de São Paulo- e acredito sinceramente nas ações sociais das instituições ali presentes.
Não seria ingênua de acreditar que a luta contra o tráfico prescinde das tropas de elite, mas acho que seria importante destacar que essas ações são apenas paliativas, e não a solução para esse problema."
ANDREIA MORAIS (São Paulo, SP)

"Lugar de "Bandido é na cadeia" ("Tendências/Debates", 22/10), de José Vicente da Silva Filho, pode não ter agradado a muita gente, mas é inegável que existe uma relação quase que direta do declínio da violência à medida que seus "apologistas" vão para a cadeia e são julgados de forma correta. Infelizmente, de forma análoga, quando a ação policial ou a sua correspondente falham, a situação se mostra terrivelmente contrária.
É o que observamos nas esferas governamentais, de onde o exemplo deveria vir em primeiro lugar, mas onde imperam a impunidade e o estímulo ao crime."
RINALDO S. COELHO (Rio de Janeiro, RJ)

"Ao ler a coluna de Clóvis Rossi de 18/10 ("O padre e o "correria", Opinião), senti um profundo mal-estar pelas ilações dos seus argumentos, pois analisava um evento de um personagem midiático -cujo acontecimento que protagonizou retroalimentou o seu locus na sociedade do espetáculo- e os argumentos presentes na réplica de um rapper, estabelecendo uma venenosa ponte com o caso de extorsão do padre Lancelotti.
Mas, quando li, em "O Estado de S. Paulo", que os membros da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos saíram em defesa da empresa transnacional Cisco, cuja diretoria no Brasil foi presa pela Polícia Federal por montar quadrilha para sonegar imposto no país, percebi que o jornalista escreveu um texto que nem informa nem faz refletir, muito pelo contrário.
Agora pergunto ao "mano" Rossi como ele vai estabelecer ligações entre os "correrias" do Rolex, o órgão empresarial e a camarilha da firma multinacional."
MARCELO PEDRO DE ARRUDA, doutor em história social pela USP (São Paulo, SP)

Escolas
"Em relação à reportagem "Indicação define 45% dos diretores escolares" (Cotidiano, 10/10), a Secretaria Municipal de Educação informa que todos os diretores de escolas da rede municipal são selecionados por meio de concurso, em respeito à lei 11.434, de 13/11/93.
Portanto o município de São Paulo não pode ser citado entre aqueles que escolhem seus diretores por critérios políticos."

Remédios na Justiça
"A pergunta é: se eu não receber do Estado, por determinação judicial, a insulina que utilizo e o Estado economizar os R$ 300 milhões, serão erguidos os seis hospitais com 200 leitos cada?
Se houver essa garantia, essa certeza, talvez eu aceite não receber o remédio do Estado, ao qual eu, com meus impostos, inclusive a CPMF, pago e pago muito bem."
ISMAIL MIGUEL BATISTA (Ribeirão Preto, SP)
ANDRÉA PORTELLA, assessora de imprensa da Secretaria Municipal de Educação (São Paulo, SP)

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