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PAINEL DO LEITOR
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Paternidade
"Pai de quatro filhos e portador
do "direito" a uma licença (sic) de
cinco dias corridos -que serve,
quando muito, para você conseguir
trazer seus filhos para casa depois
da maternidade-, concordo plenamente com o texto da doutora Mirian Goldenberg ("Tendências/ Debates" de ontem).
Enquanto não for construído um
sistema de direitos para que os homens também possam exercer condignamente a sua paternidade, e
enquanto os preconceitos continuarem colocando o homem como
um ser terciário (se tanto!) nos cuidados e na educação de seus filhos,
continuaremos distantes de uma
sociedade que respeita as diferenças e promove as igualdades."
JORGE DORFMAN KNIJNIK, professor-doutor da Escola de Educação Física e Esporte da USP
(São Paulo, SP)
Armênios
"O editorial "Perturbação dispensável" (Opinião, 19/10) é de um cinismo atroz. O holocausto armênio
é incontestável, e omitir-se por medo da reação do governo turco é
muito oportunismo.
Se a Alemanha fosse uma ditadura militar mal disfarçada, como a
Turquia, a Folha aconselharia negar o holocausto judeu para não
criar "novas perturbações'? Quem
não reconhece os erros de sua história corre o risco de repeti-los (vide opressão turca dos curdos).
Convém lembrar também que
muitos dos curdos que hoje são vítimas de opressão (genocídio?) dos
turcos participaram com entusiasmo do genocídio armênio, conforme Robert Fisk mostra em "The
Great War for Civilisation"."
CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC)
Breve morte
"O capitalismo há muito tempo
deixou de ser meramente selvagem.
Hoje essa adjetivação pode ser considerada até fleumática e ingênua.
A adição de soda cáustica ao leite
consumido por milhões de pessoas,
especialmente crianças, visando o
lucro fácil e criminoso, provou que
o capitalismo, apesar do trabalho
do seu nefasto maquiador, o merchandising, está a merecer adjetivos mais fortes, tais como aterrador, aberrante e assassino.
Muitos julgavam estar consumindo "leite longa vida", entretanto
consumiram tão-somente "soda
cáustica breve morte"."
TÚLLIO MARCO SOARES CARVALHO
(Belo Horizonte, MG)
Violência
"Gostaria de elogiar a reportagem
do Folhateen sobre o filme "Tropa
de Elite" (22/10). Talvez tenha sido
a única entre as que li que tratou o
filme com a seriedade que o assunto merece.
Jovens que viram e amaram o filme dizem que ele "mostra a realidade". Mas fica claro na entrevista
com Rodrigo Pimentel que o filme
mostra só uma parte -editada e
maquiada- da realidade, com a
função de entretenimento, coisa
que a maioria das pessoas que assiste ao filme não se dá conta.
Acho complicado, no nosso país,
de tantas diferenças sociais, um filme apresentar a guerra como solução para a violência, estigmatizar
ONGs (a grande maioria com trabalhos sérios) como "amigos de traficantes" e mostrar ações sociais como algo banal.
Sou professora na comunidade
de Paraisópolis -a segunda maior e
a menos violenta de São Paulo- e
acredito sinceramente nas ações
sociais das instituições ali presentes.
Não seria ingênua de acreditar
que a luta contra o tráfico prescinde das tropas de elite, mas acho que
seria importante destacar que essas
ações são apenas paliativas, e não a
solução para esse problema."
ANDREIA MORAIS (São Paulo, SP)
"Lugar de "Bandido é na cadeia"
("Tendências/Debates", 22/10), de
José Vicente da Silva Filho, pode
não ter agradado a muita gente, mas
é inegável que existe uma relação
quase que direta do declínio da violência à medida que seus "apologistas" vão para a cadeia e são julgados
de forma correta. Infelizmente, de
forma análoga, quando a ação policial ou a sua correspondente falham, a situação se mostra terrivelmente contrária.
É o que observamos nas esferas
governamentais, de onde o exemplo deveria vir em primeiro lugar,
mas onde imperam a impunidade e
o estímulo ao crime."
RINALDO S. COELHO (Rio de Janeiro, RJ)
"Ao ler a coluna de Clóvis Rossi
de 18/10 ("O padre e o "correria",
Opinião), senti um profundo mal-estar pelas ilações dos seus argumentos, pois analisava um evento
de um personagem midiático -cujo
acontecimento que protagonizou
retroalimentou o seu locus na sociedade do espetáculo- e os argumentos presentes na réplica de um
rapper, estabelecendo uma venenosa ponte com o caso de extorsão
do padre Lancelotti.
Mas, quando li, em "O Estado de
S. Paulo", que os membros da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos saíram em defesa da empresa
transnacional Cisco, cuja diretoria
no Brasil foi presa pela Polícia Federal por montar quadrilha para sonegar imposto no país, percebi que
o jornalista escreveu um texto que
nem informa nem faz refletir, muito pelo contrário.
Agora pergunto ao "mano" Rossi
como ele vai estabelecer ligações
entre os "correrias" do Rolex, o órgão empresarial e a camarilha da
firma multinacional."
MARCELO PEDRO DE ARRUDA, doutor em história
social pela USP (São Paulo, SP)
Escolas
"Em relação à reportagem "Indicação define 45% dos diretores escolares" (Cotidiano, 10/10), a Secretaria Municipal de Educação informa que todos os diretores de escolas da rede municipal são selecionados por meio de concurso, em
respeito à lei 11.434, de 13/11/93.
Portanto o município de São
Paulo não pode ser citado entre
aqueles que escolhem seus diretores por critérios políticos."
Remédios na Justiça
"A pergunta é: se eu não receber
do Estado, por determinação judicial, a insulina que utilizo e o Estado
economizar os R$ 300 milhões, serão erguidos os seis hospitais com
200 leitos cada?
Se houver essa garantia, essa certeza, talvez eu aceite não receber o
remédio do Estado, ao qual eu, com
meus impostos, inclusive a CPMF,
pago e pago muito bem."
ISMAIL MIGUEL BATISTA (Ribeirão Preto, SP)
ANDRÉA PORTELLA, assessora de imprensa da Secretaria Municipal de Educação (São Paulo, SP)
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