São Paulo, domingo, 17 de maio de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EMÍLIO ODEBRECHT

Companheiros de jornada

ONTEM, DIA 16, fez seis meses que iniciei minha contribuição regular para esta Folha. Neste período, fiz boas descobertas. A principal delas foi como são observadores e participantes os nossos leitores. Tenho recebido grande número de mensagens pela internet e cartas sobre minhas colunas.
Parte dos que escrevem concordam com o que digo, parte discorda, mas todos me deixam feliz com suas manifestações, porque é uma demonstração de que cresce o número de brasileiros atentos às questões que nos afetam.
Educação é o tema que mais provoca a reação dos que me leem. Sobre ele continuarei a escrever, pautado por minhas experiências de vida, pelos exemplos que pude recolher mundo afora e pela prática concreta da Fundação Odebrecht, instituição sem fins lucrativos, criada há mais de 40 anos e que se dedica à preparação de jovens para a vida.
A educação na qual acredito é aquela centrada em valores, que conduz à realização plena das potencialidades do indivíduo e lhe proporciona os meios de que necessita para promover mudanças em si mesmo e no ambiente em que vive.
A miséria e a violência são chagas irmãs e apenas com uma melhora radical em nosso sistema educacional conseguiremos trazer para o lugar que lhe cabe a legião de excluídos com a qual o Brasil ainda convive.
Constatei, também, ao analisar o teor daquilo que me escrevem, que os leitores quase sempre endossam a ideia de que educar é dever básico dos pais e mães, aos quais cabe cuidar da formação do caráter dos filhos desde pequenos e da fixação de princípios que os acompanharão ao longo da vida. Ou seja: a educação na família é o fundamento; na escola, é o complemento.
Alegra-me receber cartas de homens e mulheres que já são empresários ou pretendem ser e que se identificam com a visão humanista que advogo para as relações no mundo do trabalho. Em qualquer circunstância, a produção de riquezas pode e deve se dar como consequência de pactos de parceria, onde acionistas, executivos e operários compartilhem os resultados gerados como sócios de fato, e não como patrões e empregados.
E, finalmente, destaco as manifestações sobre a consciência ambiental, que fincou raízes entre nós. O desenvolvimento sustentável tornou-se conceito-chave no Brasil, e prevejo que daqui sairão algumas das melhores iniciativas nesta área nos próximos anos.
Agradeço a todos que acompanham estas reflexões dominicais e aos que sobre elas se expressam. É bom saber que tenho companheiros na jornada que resolvi empreender neste canto de página.


EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta coluna.


Texto Anterior: Rio de Janeiro - Plínio Fraga: Números do Absurdistão
Próximo Texto: Frases

Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.