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EMÍLIO ODEBRECHT
Companheiros de jornada
ONTEM, DIA 16, fez seis meses que iniciei minha contribuição regular para esta
Folha. Neste período, fiz boas descobertas. A principal delas foi como são observadores e participantes os nossos leitores. Tenho recebido grande número de mensagens
pela internet e cartas sobre minhas
colunas.
Parte dos que escrevem concordam com o que digo, parte discorda, mas todos me deixam feliz com
suas manifestações, porque é uma
demonstração de que cresce o número de brasileiros atentos às
questões que nos afetam.
Educação é o tema que mais provoca a reação dos que me leem. Sobre ele continuarei a escrever, pautado por minhas experiências de
vida, pelos exemplos que pude recolher mundo afora e pela prática
concreta da Fundação Odebrecht,
instituição sem fins lucrativos,
criada há mais de 40 anos e que se
dedica à preparação de jovens para
a vida.
A educação na qual acredito é
aquela centrada em valores, que
conduz à realização plena das potencialidades do indivíduo e lhe
proporciona os meios de que necessita para promover mudanças
em si mesmo e no ambiente em
que vive.
A miséria e a violência são chagas
irmãs e apenas com uma melhora
radical em nosso sistema educacional conseguiremos trazer para o
lugar que lhe cabe a legião de excluídos com a qual o Brasil ainda
convive.
Constatei, também, ao analisar o
teor daquilo que me escrevem, que
os leitores quase sempre endossam
a ideia de que educar é dever básico
dos pais e mães, aos quais cabe cuidar da formação do caráter dos filhos desde pequenos e da fixação
de princípios que os acompanharão ao longo da vida. Ou seja: a educação na família é o fundamento;
na escola, é o complemento.
Alegra-me receber cartas de homens e mulheres que já são empresários ou pretendem ser e que se
identificam com a visão humanista
que advogo para as relações no
mundo do trabalho. Em qualquer
circunstância, a produção de riquezas pode e deve se dar como consequência de pactos de parceria, onde acionistas, executivos e operários compartilhem os resultados
gerados como sócios de fato, e não
como patrões e empregados.
E, finalmente, destaco as manifestações sobre a consciência ambiental, que fincou raízes entre
nós. O desenvolvimento sustentável tornou-se conceito-chave no
Brasil, e prevejo que daqui sairão
algumas das melhores iniciativas
nesta área nos próximos anos.
Agradeço a todos que acompanham estas reflexões dominicais e
aos que sobre elas se expressam. É
bom saber que tenho companheiros na jornada que resolvi empreender neste canto de página.
EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta
coluna.
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