São Paulo, domingo, 17 de maio de 2009

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Partido do Congresso surpreende e vence com facilidade na Índia

DA REDAÇÃO

Resultados preliminares da eleição na Índia -com seus 714 milhões de eleitores registrados e um processo de votação que durou um mês- já garantiam ontem uma vitória mais confortável do que se esperava para o Partido do Congresso Indiano, que lidera a atual coalizão no poder desde 2004.
Seu principal rival, o nacionalista hindu BJP (Partido Bharatiya Janata), admitiu a derrota. "Aceitamos o veredicto do povo", disse Arun Jaitley, um dos líderes do partido. "Está claro que algo deu errado."
Ele se referia ao fato de, com a maioria dos votos contados, a coalizão capitaneada pelo Partido do Congresso já ter garantidas 254 das 543 cadeiras no Parlamento. O BJP alcançava 153 vagas.
Antes das eleições, quase todos os analistas previam um cenário mais difícil para o grupo no poder, apostando que nenhum dos dois grandes partidos despontaria claramente como vencedor claro -e antevendo uma coalizão de governo muito ampla e instável, com dezenas de pequenos partidos.
A expectativa era a de que problemas internos do Partido do Congresso e algum "esgotamento" da legenda após os últimos anos no poder pudessem prejudicar o desempenho da coalizão do atual primeiro-ministro, Manmohan Singh.
As imprensas indiana e britânica, no entanto, atribuíam ontem justamente à capacidade de condução da economia local por Singh parte das razões da vitória de seu partido.
A economia indiana, que antes da crise crescia acima de 8%, foi muito menos atingida pela recessão global do que a maioria dos outros países.
O Partido do Congresso tem anunciado que Singh, 76, permanecerá no poder com a vitória. Mas o sucesso eleitoral é atribuído também a uma liderança emergente, Rahul Gandhi, 38, filho da presidente do partido, Sonia Gandhi.
Rahul é considerado o principal estrategista da campanha vitoriosa, e alguns integrantes de seu partido defenderam o integrante da tradicional família política indiana como possível novo premiê.
Como terceiro fator da vitória, analistas apontam a combinação de programas de assistência às pessoas abaixo da linha de pobreza no país.
O Partido do Congresso lançou mão de iniciativas como a garantia de cem dias de emprego com salário mínimo para qualquer desempregado, combinadas a uma política econômica liberal.
A vitória da coalizão de governo e a derrota de antigos aliados de esquerda -estima-se que o Partido Comunista da Índia deva perder metade de suas atuais 60 cadeiras- devem permitir que o Partido do Congresso leve adiante, com maior liberdade, reformas liberalizantes da economia. "Não temos mais necessidade de agregar um monte de aliados", disse o ministro do Comércio, Kamal Nath, à TV local.


Com agências internacionais


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