São Paulo, quarta-feira, 12 de agosto de 2009

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Mianmar condena opositora
Nobel da Paz

Aung San Suu Kyi passará mais 18 meses em prisão domiciliar, o que a deixará alijada de processo eleitoral

DA REDAÇÃO

Um tribunal de Mianmar (antiga Birmânia) condenou ontem a líder opositora Aung San Suu Kyi, 64, a mais 18 meses de prisão domiciliar, depois de um turista americano invadir sua casa em maio último e lá permanecer por duas noites.
Ela foi acusada de violar os termos de sua detenção, que estava prestes a expirar. Suu Kyi, vencedora do Nobel da Paz de 1991, passou 14 dos últimos 19 anos presa.
Críticos afirmam que o julgamento teve motivação política, pois ela ficou impedida de participar das eleições parlamentares marcada para o próximo ano. Serão as primeiras eleições desde 1990, quando uma grande vitória do partido de Suu Kyi, a Liga Nacional pela Democracia, foi anulada pela junta militar que domina Mianmar desde 1962.
O governo diz que a Justiça analisou apenas a conduta criminal dos envolvidos.
A opositora foi sentenciada inicialmente a três anos de trabalhos forçados, assim como suas duas acompanhantes. O general Than Shwe, líder da junta militar, comutou a sentença para a prisão domiciliar.
Já o turista americano, John Yettaw, foi condenado a sete anos de prisão, quatro deles em trabalhos forçados. Yettaw, de Falcon, Missouri, atravessou a nado um lago nos fundos da casa de Suu Kyi e dormiu lá duas noites -ele diz que queria protegê-la depois de ter tido uma "visão" na qual a líder era assassinada por terroristas. Suu Kyi diz que permitiu que ele permanecesse no local porque estava "exausto".
A condenação gerou críticas imediatas fora de Mianmar. O presidente dos EUA, Barack Obama, chamou o resultado de "injusto" e pediu "a imediata libertação" de Suu Kyi e dos mais de 2.000 prisioneiros políticos de Mianmar. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou estar "decepcionado". O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse que a condenação foi "brutal" e pediu novas sanções econômicas contra o país.
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu ontem para discutir o episódio, mas uma eventual reação foi adiada para hoje devido ao ceticismo da China, parceira comercial de Mianmar, e da Rússia.


Com agências internacionais


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