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Mianmar condena opositora
Nobel da Paz
Aung San Suu Kyi passará mais 18 meses em prisão domiciliar, o que a deixará alijada de processo eleitoral
DA REDAÇÃO
Um tribunal de Mianmar
(antiga Birmânia) condenou
ontem a líder opositora Aung
San Suu Kyi, 64, a mais 18 meses de prisão domiciliar, depois
de um turista americano invadir sua casa em maio último e lá
permanecer por duas noites.
Ela foi acusada de violar os
termos de sua detenção, que estava prestes a expirar. Suu Kyi,
vencedora do Nobel da Paz de
1991, passou 14 dos últimos 19
anos presa.
Críticos afirmam que o julgamento teve motivação política,
pois ela ficou impedida de participar das eleições parlamentares marcada para o próximo
ano. Serão as primeiras eleições desde 1990, quando uma
grande vitória do partido de
Suu Kyi, a Liga Nacional pela
Democracia, foi anulada pela
junta militar que domina
Mianmar desde 1962.
O governo diz que a Justiça
analisou apenas a conduta criminal dos envolvidos.
A opositora foi sentenciada
inicialmente a três anos de trabalhos forçados, assim como
suas duas acompanhantes. O
general Than Shwe, líder da
junta militar, comutou a sentença para a prisão domiciliar.
Já o turista americano, John
Yettaw, foi condenado a sete
anos de prisão, quatro deles em
trabalhos forçados. Yettaw, de
Falcon, Missouri, atravessou a
nado um lago nos fundos da casa de Suu Kyi e dormiu lá duas
noites -ele diz que queria protegê-la depois de ter tido uma
"visão" na qual a líder era assassinada por terroristas. Suu Kyi
diz que permitiu que ele permanecesse no local porque estava "exausto".
A condenação gerou críticas
imediatas fora de Mianmar. O
presidente dos EUA, Barack
Obama, chamou o resultado de
"injusto" e pediu "a imediata libertação" de Suu Kyi e dos
mais de 2.000 prisioneiros políticos de Mianmar. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou estar "decepcionado". O presidente da
França, Nicolas Sarkozy, disse
que a condenação foi "brutal" e
pediu novas sanções econômicas contra o país.
O Conselho de Segurança da
ONU se reuniu ontem para discutir o episódio, mas uma
eventual reação foi adiada para
hoje devido ao ceticismo da
China, parceira comercial de
Mianmar, e da Rússia.
Com agências internacionais
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