|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
QUADRO DE MEDALHAS
Pequim tem o recorde de diversidade em glórias
DO ENVIADO A XANGAI
Os Jogos de Pequim são desde ontem a edição das Olimpíadas de Verão em que mais países foram ao pódio.
Com as provas do antepenúltimo dia da competição, já são
85 nações com medalhas.
Número que supera com
muita folga o obtido em Atenas
(74) e também por boa margem
o recorde anterior, registrado
na Olimpíada de Sydney-2000,
quando competidores de 80
países foram ao pódio.
A lista ainda pode aumentar,
já que nos últimos dois dias ainda serão definidas 44 medalhas
de ouro. Alguns países que ainda não foram ao pódio têm
chance de conseguir isso, como
Montenegro, que vai disputar o
bronze no pólo aquático masculino contra a Sérvia.
Se tiver sucesso, o país europeu, que fazia parte da antiga
Iugoslávia, vai se juntar a outras nações que na China ganharam a primeira medalha de
suas histórias, como o Afeganistão, Maurício, Bahrein, Tadjiquistão e Togo.
Medalhas que algumas vezes
aconteceram graças a atletas
sem tanta identificação com as
bandeiras que representam.
Para ganhar o ouro nos 1.500
m do atletismo, o Bahrein teve
que contar com Rashid Ramzi,
que por muito tempo competiu
por Marrocos, seu país natal.
Até depois de ganhar a nacionalidade do rico Bahrain ele treina em cidades marroquinas.
Mais inusitada é a história da
primeira medalha do Togo, um
bronze na canoagem, esporte
amplamente dominado por europeus. O autor do feito foi
Benjamin Boukpeti, o primeiro
canoísta negro a ir ao pódio numa prova olímpica de slalom.
Boukpeti só esteve no Togo, a
terra de seu pai, de quem herdou a nacionalidade, uma vez,
quando era criança. Ele nasceu
e mora até hoje na França, o
país de sua mãe.
A porta de entrada para o pódio olímpico de países pequenos geralmente está em esportes de luta. Foi o caso, por
exemplo, de Bruno Julie, que
ontem, aos 30 anos, ganhou no
boxe um bronze, o que representa a primeira medalha de
Maurício, país de só 1,3 milhão
de habitantes.
Também foi com os punhos
que o Afeganistão conquistou
em Pequim seu primeiro pódio.
O responsável: Rohullah Nikpai, no taekwondo. Para levar o
bronze, ele bateu o espanhol
Juan Antonio Ramos, campeão
mundial da categoria até 58 kg.
O feito fez o governo do Afeganistão oferecer uma casa para o lutador, que pediu paz para
o seu país.0
(PAULO COBOS)
Texto Anterior: Revezamentos do país ficam perto do pódio Próximo Texto: Etíope vira a primeira a vencer 5.000 m e 10.000 m Índice
|