São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2008

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Atletismo

Doping no auge quase pôs fim à carreira de Maurren

Flagrada em 2003, saltadora ficou afastada por mais de dois anos

Brasileira festeja o ouro relembrando os bons resultados que costuma obter em competições realizadas na China


DO ENVIADO A PEQUIM

Um obstáculo no caminho quase abrevia a trajetória de Maurren Maggi no atletismo. Quando estava no auge, em 2003, a brasileira teve um exame antidoping positivo.
Um teste realizado fora de competição detectou a presença de clostebol, um esteróide anabólico, substância proibida utilizada para aumentar a força e a potência musculares.
Afastada das competições por pouco mais de dois anos, Maurren engatou uma relação atribulada com o ex-piloto de F-1 Antonio Pizzonia, com quem teve Sophia, 3.
"Foi uma fatalidade o que aconteceu na minha vida", contou ela, que na época alegou que havia sido contaminada por uma pomada passada após uma sessão de depilação.
"Hoje tiro isso por um lado muito positivo, porque não pararia a minha carreira para ter a minha filha. Ela me dá uma força que vocês não têm idéia", disse a saltadora, que chorou ao se lembrar de Sophia.
"A Sophia queria que eu ganhasse a medalha de prata. Ela gosta da cor. Falei para ela que a de ouro é mais bonita", contou.
De volta às competições em meados de 2006, Maurren começou logo a se destacar.
Em 2007, foi ouro no Pan do Rio. Dias depois, terminou em sexto lugar no Mundial de Osaka. Em março deste ano, foi vice-campeã mundial indoor em Valencia, perdendo só para a portuguesa Naide Gomes.
Neste ano, a brasileira foi a saltadora que apresentou mais regularidade, com cinco saltos acima de 6,90 m. "Sempre falei no Brasil que, se saltasse mais que 7 m, ganharia medalha. Graças a Deus, foi o ouro."
A saltadora destacou que o país-sede da Olimpíada também é um local especial. Na Universíade, em 2001, Maurren ganhou o ouro no salto em distância e a prata nos 100 m com barreiras e no revezamento 4 x 100 m, provas de que não costuma participar. "Pequim sempre me trouxe sorte."
A saltadora contou que também passou a mão no ouro de César Cielo, campeão do 50 m livre, em busca de bons fluidos.
Ela agradeceu ainda ao apoio de outro destaque da delegação brasileira, o ginasta Diego Hypólito, que fracassou na final do solo em Pequim. "Ficamos muito amigos aqui na Vila Olímpica. Uma amizade que não se explica. Ele é fofo, carinhoso", contou Maurren.
De acordo com ela, o ginasta tentou até desmarcar seu vôo para ver a amiga saltar, mas não conseguiu. "Esse ouro teve participação dele também", afirmou a campeã.0 (ALF)


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