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Atletismo
Doping no auge quase pôs fim à carreira de Maurren
Flagrada em 2003, saltadora ficou afastada por mais de dois anos
Brasileira festeja o ouro relembrando os bons resultados que costuma obter em competições realizadas na China
DO ENVIADO A PEQUIM
Um obstáculo no caminho
quase abrevia a trajetória de
Maurren Maggi no atletismo.
Quando estava no auge, em
2003, a brasileira teve um exame antidoping positivo.
Um teste realizado fora de
competição detectou a presença de clostebol, um esteróide
anabólico, substância proibida
utilizada para aumentar a força
e a potência musculares.
Afastada das competições
por pouco mais de dois anos,
Maurren engatou uma relação
atribulada com o ex-piloto de
F-1 Antonio Pizzonia, com
quem teve Sophia, 3.
"Foi uma fatalidade o que
aconteceu na minha vida", contou ela, que na época alegou
que havia sido contaminada
por uma pomada passada após
uma sessão de depilação.
"Hoje tiro isso por um lado
muito positivo, porque não pararia a minha carreira para ter a
minha filha. Ela me dá uma força que vocês não têm idéia",
disse a saltadora, que chorou ao
se lembrar de Sophia.
"A Sophia queria que eu ganhasse a medalha de prata. Ela
gosta da cor. Falei para ela que a
de ouro é mais bonita", contou.
De volta às competições em
meados de 2006, Maurren começou logo a se destacar.
Em 2007, foi ouro no Pan do
Rio. Dias depois, terminou em
sexto lugar no Mundial de Osaka. Em março deste ano, foi vice-campeã mundial indoor em
Valencia, perdendo só para a
portuguesa Naide Gomes.
Neste ano, a brasileira foi a
saltadora que apresentou mais
regularidade, com cinco saltos
acima de 6,90 m. "Sempre falei
no Brasil que, se saltasse mais
que 7 m, ganharia medalha.
Graças a Deus, foi o ouro."
A saltadora destacou que o
país-sede da Olimpíada também é um local especial. Na
Universíade, em 2001, Maurren ganhou o ouro no salto em
distância e a prata nos 100 m
com barreiras e no revezamento 4 x 100 m, provas de que não
costuma participar. "Pequim
sempre me trouxe sorte."
A saltadora contou que também passou a mão no ouro de
César Cielo, campeão do 50 m
livre, em busca de bons fluidos.
Ela agradeceu ainda ao apoio
de outro destaque da delegação
brasileira, o ginasta Diego
Hypólito, que fracassou na final
do solo em Pequim. "Ficamos
muito amigos aqui na Vila
Olímpica. Uma amizade que
não se explica. Ele é fofo, carinhoso", contou Maurren.
De acordo com ela, o ginasta
tentou até desmarcar seu vôo
para ver a amiga saltar, mas não
conseguiu. "Esse ouro teve participação dele também", afirmou a campeã.0
(ALF)
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