São Paulo, sexta-feira, 27 de março de 2009

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Impulsionada por bancos e siderúrgicas, Bolsa sobe 1,9%

Dow Jones avança 2,25%; Nasdaq tem ganhos no ano

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após mais um pregão de alta, a Bovespa já acumula valorização de 11,5% no mês. No pregão de ontem, os ganhos foram de 1,89%, com ações de siderúrgicas e bancos em destaque.
A divulgação de dados econômicos ruins, como o resultado do PIB dos EUA e a taxa de desemprego no Brasil, não segurou os mercados. Apesar de negativos, os números ficaram um pouco melhores que as projeções. O mercado acionário em Wall Street teve resultado ainda melhor que o doméstico.
O índice de ações Dow Jones registrou alta de 2,25%. A Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 3,80%.
O PIB norte-americano teve retração de 6,3% no quarto trimestre de 2008, pior resultado desde 1982. Como o mercado projetava recuo acima de 6,6%, o número não abalou as Bolsas.
Declarações do presidente dos EUA, Barack Obama, de que será apresentado nos próximos dias um pacote de auxílio ao setor automotivo trouxeram ânimo ao segmento. As ações da GM saltaram 14%.
Com a alta de ontem, a Nasdaq conseguiu sair do vermelho no acumulado do ano -está com alta de 0,63%. Já o Dow Jones, apesar de estar com apreciação de 12,20% no mês, tem baixa de 9,71% em 2008.
Miriam Tavares, diretora da corretora AGK, avalia que os efeitos das medidas que vêm sendo tomadas pelo governo dos EUA "devem começar a ocorrer apenas gradualmente, ao longo dos próximos meses".
"Assim, mesmo que em menor grau, a volatilidade e o viés negativo devem continuar permeando o ambiente de negócios global ainda por algum tempo. Embora intercalados, cada vez mais, por melhoras pontuais, até que gradativamente sejam substituídos pela estabilidade e retomada mais consistente da confiança dos investidores", afirma.
No Brasil, o IBGE anunciou que a taxa de desemprego de fevereiro ficou em 8,5% -abaixo das expectativas dos analistas, que contavam com taxa de 9%.
O que chamou mais a atenção do mercado foram as medidas do CMN, especialmente a destinada a favorecer a captação de recursos por parte dos bancos de menor porte.
Na esteira das ações das instituições financeiras de menor tamanho -que chegaram a subir mais de 10% em alguns casos-, os papéis dos grandes bancos se apreciaram. A ação UNT do Unibanco subiu 3,96%, seguida por BB ON (3,31%), Itaú PN (3,16%) e Bradesco PN (2,85%).
No setor siderúrgico, influenciado pelo pacote habitacional do governo Lula e pela alta das commodities metálicas ontem, houve fortes ganhos, como os registrados por Gerdau PN (que subiu 7,36%) e Usiminas PNA (6,94%). A ação PNA da Vale subiu 2,23%.
No mercado internacional, o cobre fechou com alta de 3,3%, e o alumínio subiu 1,9%.
Ainda sob o efeito do pacote do governo, os papéis das construtoras encerraram com ganhos. A ação ON da Rossi Residencial subiu 5,66%; Cyrela ON, 3,57%; e Gafisa ON, 1,89%.

Dólar
O dólar fechou a R$ 2,24, em baixa de 0,40%. No mês, a moeda tem queda de 5,49%.
Apesar dessa baixa recente, estudo da Economática mostrou que a apreciação do dólar desde seu piso em 2008 -em agosto passado, chegou a R$ 1,559- alcança os 44%. Essa variação coloca o Brasil à frente de outros países latino-americanos, no que se refere à perda de valor de sua moeda no período. No estudo -que englobou México, Peru, Colômbia, Chile, Argentina e Brasil-, foi considerada a taxa Ptax (cotação média calculada pelo BC).


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