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É preciso controlar ação eleitoral, diz TCU
Para presidente do órgão, obras que não respeitem cronograma da Lei de Diretrizes Orçamentárias podem favorecer governo
Só no mês passado, tribunal ordenou a interrupção de 41 obras federais, 13 das quais integram o Programa de
Aceleração do Crescimento
Lalo de Almeida - 13.set.09/Folha Imagem
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Audiência pública sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira (PA)
DA REPORTAGEM LOCAL
Indagado pela Folha sobre o
acúmulo de licitações em tão
curto espaço de tempo, o presidente do TCU (Tribunal de
Contas da União), Ubiratan
Aguiar, disse que a situação
exigirá esforço extra de planejamento do poder público e dos
órgãos de fiscalização.
"O que a lei deve guardar é
que as obras sigam o que foi
previsto na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e no
PPA (Plano Plurianual)", diz.
"Se foram feitas na última hora, podem acarretar características de favorecimento eleitoral, o que não é saudável."
Segundo Aguiar, a sintonia
com o planejamento anteriormente feito "garante a impessoalidade" nas contratações.
No mês passado, o TCU ordenou a interrupção de 41
obras federais, das quais 13 do
PAC (Programa de Aceleração
de Crescimento).
Na sexta-feira, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva criticou indiretamente o órgão e
defendeu a criação de uma câmara extraordinária de nível
superior que acelere as obras.
"Não é fácil governar com a
poderosa máquina de fiscalização e a pequena máquina de
execução", disse o presidente.
Lula afirmou estar preparando um "relatório com coisas
absurdas", numa referência a
obras paralisadas sem punições. Ele também defendeu as
viagens dele e de ministros pelo país em período eleitoral
-reiterando um discurso já
adotado desde o ano passado.
Na entrevista à Folha, concedida antes das declarações de
Lula, Aguiar disse que a fiscalização feita pelo TCU é um reflexo da vontade da sociedade,
por meio do Congresso.
Voz do contribuinte
"As regras que o TCU segue
são as estabelecidas pelo Congresso Nacional na sabedoria
de seus integrantes, o que traz
aquilo que melhor possa interessar à sociedade brasileira."
Aguiar diz ser de total interesse do tribunal que o país se
desenvolva, "mas a um custo
justo para o cidadão que arca
com as despesas. Nosso trabalho prima pela qualidade técnica de suas instruções e segue os
parâmetros legais. Em 2008, a
atuação do TCU gerou economia de R$ 31,9 bilhões", disse.
O presidente do TCU não
quis comentar projetos específicos. Nem de que forma a lei
eleitoral afeta as formas mais
modernas de parceria entre o
poder público e empresas privadas, como as PPPs (Parcerias
Público-Privadas) e as mais novas versões das concessões.
Recursos
"Tanto as PPPs como as concessões são contratos administrativos, mas com algumas características distintas das previstas na lei 8.666/93. Seria necessária uma análise técnica
para manifestação conclusiva
do TCU em um caso concreto,
para daí haver a fixação de entendimento sobre a matéria."
De acordo com Aguiar, o essencial é fazer um projeto básico de qualidade, que garanta a
execução tranquila da obra e
evite aditivos nos contratos. A
questão-chave, diz o presidente
do TCU, é a "disponibilização
tempestiva dos recursos".
(MARCIO AITH)
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