São Paulo, domingo, 17 de maio de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Perdas com fraudes crescem 25% em 2008

O montante de perdas decorrentes de fraudes contra empresas cresceu 25,4% em 2008 em relação ao ano anterior. O prejuízo alcançou R$ 150 milhões, superior portanto aos R$ 119,6 milhões de 2007. Dessa forma, o número voltou ao patamar de 2006, quando as fraudes somaram R$ 155 milhões.
Os dados foram apurados pelos sistemas antifraudes da Serasa Experian. O diretor de produtos da Serasa Experian, Laércio de Oliveira, chama a atenção, no entanto, para o fato de que, no ano passado, o crédito para pessoa jurídica registrou um crescimento de 38,9%. Ou seja, as fraudes cresceram menos do que o crédito.
Dessa forma, Oliveira afirma que, diante desses números, pode-se dizer que aumentou a eficiência dos sistemas antifraudes.
A Serasa Experian detectou um número 29% maior de tentativas de fraude, o que evitou que cerca de 20 mil clientes diretos se tornassem alvos dessa prática.
De acordo com o levantamento, os principais alvos são aqueles que comercializam produtos de fácil aceitação e que podem ser revendidos em qualquer parte do país, como material de construção, peças automotivas, alimentos não perecíveis, material de higiene e limpeza, aparelhos eletroeletrônicos e confecções.
O maior número de golpes no ano passado foi identificado na região Sudeste (50,5%), seguidos respectivamente pelas regiões Sul (20,82%), Nordeste (13,45%), Centro-Oeste (10%) e Norte (5,23%).
De acordo com a Serasa Experian, para se identificar um golpista é importante observar alguns sinais. O fato de o comprador preferir retirar a mercadoria no fornecedor é um exemplo.
Se as primeiras compras forem à vista, e, depois, o comprador pede prazo, pode ser uma outra dica.
Outra observação que deve ser feita é se o ramo da atividade da empresa compradora é compatível com os produtos que pretende adquirir, segundo a Serasa.

LAZER
O Club Med registrou alta de 12% no faturamento das vendas no Brasil no fechamento do balanço do período de novembro de 2008 a abril de 2009 comparado a igual período anterior. Houve avanços nas vendas de todos os segmentos para hospedagens de maio a outubro, segundo o diretor comercial Brasil do Club Med, Jeferson Munhoz. O "trade" agências de viagens teve destaque. A empresa teve alta de 31% no faturamento em relação ao mesmo período anterior.

GOLE POR GOLE
A Coca-Cola ganhou 0,4 ponto percentual de participação no mercado de refrigerantes entre março e abril, exatamente a mesma variação da perda da AmBev nesse segmento, segundo pesquisa do Instituto AC Nielsen. Com isso, a Coca-Cola ficou com 55,7% do mercado, e a Ambev, com 18%. O restante é pulverizado entre outras empresas.

PRÓXIMO PASSO
Paulo Levy, ex-diretor da Ágora, é quem está por trás do "home broker" da Icap Brasil, filial da inglesa Icap, uma das maiores corretoras de valores do mundo. Seu negócio de "home broker" no Brasil será lançado amanhã e se chamará MyCAP, porque o domínio Icap já não estava mais disponível na internet no país. A corretora pretende alcançar 10% de participação de mercado no primeiro ano de operações, ficando entre as cinco maiores na BM&FBovespa.

MAQUETE
Angelo Derenze, presidente da Casa Cor, abre no dia 26 a maior edição já realizada do evento. Neste ano vai haver, além da Casa Cor, o Casa Hotel e o Casa Kids, com ambientes para crianças e famílias. "Com essa produção, a mostra será a segunda maior do segmento no mundo." A marca segue sua expansão para EUA, México e Chile. Mas os planos para o México estão em alerta, por enquanto. "Vamos esperar para ver o que a gripe vai provocar."

VIZINHANÇA
Carlos Mateo Balmelli, diretor-geral paraguaio da usina de Itaipu, será recebido pela Fiesp no dia 27. Na pauta: a discussão sobre os entraves da negociação entre Brasil e Paraguai em relação a Itaipu.

ÁGUAS
Para o encontro com o diretor paraguaio de Itaipu, a Fiesp convidou os senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Aloizio Mercadante (PT-SP) e o diretor brasileiro da usina, Jorge Samek. A entidade afirma que pretende "colocar à disposição o potencial de investimento da indústria brasileira e fomentar a complementaridade de cadeias produtivas entre o Brasil e o Paraguai".

OLHAR ESTRANGEIRO
Investidores estrangeiros começam a voltar as atenções ao mercado brasileiro. É o caso do "private equity" Pampa Capital, que iniciou operações no país em março. Liderado pelo empresário argentino Alejandro Quentin, o Pampa Capital quer investir R$ 600 milhões em projetos agroindustriais no Brasil e já analisa propostas de aquisição. Quentin foi sócio do megainvestidor George Soros, no fundo Soros Fund Management.

TOALHA
O segmento de cama, mesa e banho registrou alta de 4% nas vendas na primeira quinzena de maio em relação a igual período de abril.

CONTA ATRASADA
A AeC, de contact center, já contratou 800 pessoas para atuar na unidade de cobrança, criada em março deste ano. Segundo Solemar Andrade, presidente da AeC, a expansão da inadimplência provocada pela crise aumentou a demanda pelo serviço na empresa e impulsionou os investimentos na área. De uma participação inexpressiva no faturamento de 2008, o serviço de cobrança deverá representar 10% da receita da AeC neste ano, segundo as expectativas da empresa. "Com a alta da inadimplência, a infraestrutura das empresas passou a ser insuficiente para fazer o serviço de cobrança e elas o terceirizaram. E a estrutura do contact center é a mais adequada para isso." Para Andrade, os setores mais promissores para o serviço de cobrança são varejo, financeiro e serviços, como telefonia e TV a cabo.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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