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Lula anula enxugamento de servidores
Funcionalismo federal foi reduzido a 599 mil pessoas no fim do governo FHC, mas voltou à marca de 671 mil em 2008
Principal motor da expansão, Poder Executivo responde hoje por 85% do quadro,
mas Legislativo e Judiciário também ampliaram vagas
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com um novo salto do número de servidores no ano passado, o quadro de pessoal da
União reverteu todo o processo
de enxugamento sofrido a partir do Plano Real.
Graças, sobretudo, ao impulso da política de contratações
do governo Lula, o funcionalismo federal superou pela primeira vez as dimensões contabilizadas em 1995, ponto de
partida das estatísticas disponíveis para os três Poderes.
Os dados pesquisados pela
Folha mostram um caso raro,
talvez único, em que as políticas das administrações tucana
e petista seguiram caminhos
diametralmente opostos.
Ao longo dos oito anos de
FHC (1995-2002), a quantidade de servidores civis na ativa
caiu de 661,1 mil para 598,5 mil.
Sob Lula, o número iniciou
uma trajetória de alta que parecia haver se estabilizado desde
o final do primeiro mandato,
mas chegou a 670,8 mil no ano
passado com o acréscimo de
quase 11 mil contratados na administração direta, nas autarquias e nas fundações.
Trata-se de um contingente
equivalente a toda a população
de Santo André (SP), ou mais
de seis vezes o corpo de funcionários do Itaú-Unibanco, candidato à condição de maior empregador privado do país.
Responsável por 85% desse
total, o Executivo é o principal
motor do crescimento da máquina federal, mas não o único:
Legislativo e Judiciário -além
do Ministério Público, que tem
autonomia orçamentária- expandiram quadros até 2006.
Tanto reduzir como elevar a
quantidade de servidores são
estratégias de longo prazo, que
demandam uma ação deliberada do governo. No primeiro caso, como é quase impossível
impor demissões ao funcionalismo, resta fazer contratações
em número inferior ao das aposentadorias; no segundo, acelerar os concursos públicos.
Foi o que aconteceu no ano
passado, quando houve 19,4
mil ingressos no Executivo por
meio de concurso, volume só
superado, até onde as estatísticas alcançam, no ano reeleitoral de 2006 (22,1 mil) e no primeiro ano de FHC (19,7 mil).
Em períodos de vacas magras, como no final do tucanato, o número total de concursados não somou mais de 690 em
2001 e 2002.
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