São Paulo, domingo, 17 de maio de 2009

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Lula anula enxugamento de servidores

Funcionalismo federal foi reduzido a 599 mil pessoas no fim do governo FHC, mas voltou à marca de 671 mil em 2008

Principal motor da expansão, Poder Executivo responde hoje por 85% do quadro, mas Legislativo e Judiciário também ampliaram vagas

GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com um novo salto do número de servidores no ano passado, o quadro de pessoal da União reverteu todo o processo de enxugamento sofrido a partir do Plano Real.
Graças, sobretudo, ao impulso da política de contratações do governo Lula, o funcionalismo federal superou pela primeira vez as dimensões contabilizadas em 1995, ponto de partida das estatísticas disponíveis para os três Poderes.
Os dados pesquisados pela Folha mostram um caso raro, talvez único, em que as políticas das administrações tucana e petista seguiram caminhos diametralmente opostos.
Ao longo dos oito anos de FHC (1995-2002), a quantidade de servidores civis na ativa caiu de 661,1 mil para 598,5 mil. Sob Lula, o número iniciou uma trajetória de alta que parecia haver se estabilizado desde o final do primeiro mandato, mas chegou a 670,8 mil no ano passado com o acréscimo de quase 11 mil contratados na administração direta, nas autarquias e nas fundações.
Trata-se de um contingente equivalente a toda a população de Santo André (SP), ou mais de seis vezes o corpo de funcionários do Itaú-Unibanco, candidato à condição de maior empregador privado do país.
Responsável por 85% desse total, o Executivo é o principal motor do crescimento da máquina federal, mas não o único: Legislativo e Judiciário -além do Ministério Público, que tem autonomia orçamentária- expandiram quadros até 2006.
Tanto reduzir como elevar a quantidade de servidores são estratégias de longo prazo, que demandam uma ação deliberada do governo. No primeiro caso, como é quase impossível impor demissões ao funcionalismo, resta fazer contratações em número inferior ao das aposentadorias; no segundo, acelerar os concursos públicos.
Foi o que aconteceu no ano passado, quando houve 19,4 mil ingressos no Executivo por meio de concurso, volume só superado, até onde as estatísticas alcançam, no ano reeleitoral de 2006 (22,1 mil) e no primeiro ano de FHC (19,7 mil).
Em períodos de vacas magras, como no final do tucanato, o número total de concursados não somou mais de 690 em 2001 e 2002.


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