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Desistentes ainda podem aderir, avalia governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo trabalha com a informação de que as empreiteiras Norberto Odebrecht e Camargo Corrêa podem se associar ao consórcio liderado pela
Andrade Gutierrez para participar da construção da hidrelétrica de Belo Monte.
As duas empresas entrariam
na fase pós-leilão, caso o grupo
liderado pela Gutierrez saia vitorioso, como prestadoras de
serviço na execução das obras
da usina localizada no Pará.
Odebrecht e Camargo Corrêa
desistiram oficialmente de participar do leilão por não concordarem com o preço da energia estabelecido pelo governo.
Na avaliação do governo, a
desistência foi uma forma de
pressionar pelo aumento de
preço e adiamento do leilão, o
que acabou não acontecendo.
O governo estipulou em R$
83 o megawatt-hora o preço-teto da tarifa para a usina de Belo
Monte, que terá capacidade para gerar 11 mil megawatts, a terceira maior do mundo.
O valor foi criticado também
por outros agentes do mercado,
que o consideram baixo diante
do porte do empreendimento.
O leilão da usina hidrelétrica
de Jirau, por exemplo, com potência de cerca de 3.000 megawatts, teve preço-teto estipulado em R$ 91 o megawatt-hora.
O consórcio formado pelas
duas empresas era a esperança
do governo para que houvesse
disputa no leilão, o que poderia
reduzir ainda mais a tarifa.
Vence o leilão quem oferece a
menor tarifa ao consumidor.
Com a desistência, o governo
precisou articular novos consórcios e pedir à Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica)
que adiasse os prazos de inscrição na disputa.
A Odebrecht e a Camargo
Corrêa participaram dos estudos que resultaram no projeto
de Belo Monte. Quando decidiram não participar do leilão,
disseram em comunicado que
se dispunham a "contribuir para o sucesso" da obra, mas não
detalharam como fariam isso.
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