São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2010

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Desistentes ainda podem aderir, avalia governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo trabalha com a informação de que as empreiteiras Norberto Odebrecht e Camargo Corrêa podem se associar ao consórcio liderado pela Andrade Gutierrez para participar da construção da hidrelétrica de Belo Monte.
As duas empresas entrariam na fase pós-leilão, caso o grupo liderado pela Gutierrez saia vitorioso, como prestadoras de serviço na execução das obras da usina localizada no Pará.
Odebrecht e Camargo Corrêa desistiram oficialmente de participar do leilão por não concordarem com o preço da energia estabelecido pelo governo.
Na avaliação do governo, a desistência foi uma forma de pressionar pelo aumento de preço e adiamento do leilão, o que acabou não acontecendo.
O governo estipulou em R$ 83 o megawatt-hora o preço-teto da tarifa para a usina de Belo Monte, que terá capacidade para gerar 11 mil megawatts, a terceira maior do mundo.
O valor foi criticado também por outros agentes do mercado, que o consideram baixo diante do porte do empreendimento.
O leilão da usina hidrelétrica de Jirau, por exemplo, com potência de cerca de 3.000 megawatts, teve preço-teto estipulado em R$ 91 o megawatt-hora.
O consórcio formado pelas duas empresas era a esperança do governo para que houvesse disputa no leilão, o que poderia reduzir ainda mais a tarifa. Vence o leilão quem oferece a menor tarifa ao consumidor.
Com a desistência, o governo precisou articular novos consórcios e pedir à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que adiasse os prazos de inscrição na disputa.
A Odebrecht e a Camargo Corrêa participaram dos estudos que resultaram no projeto de Belo Monte. Quando decidiram não participar do leilão, disseram em comunicado que se dispunham a "contribuir para o sucesso" da obra, mas não detalharam como fariam isso.


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