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Governo contesta TCU e diz que meta vai ser alcançada
Segundo o MEC, importante é a taxa de universitários de todas as idades em relação à população jovem
Secretária afirma que o número de vagas no ProUni é igual ao de vagas oferecidas pelas universidades públicas
DE BRASÍLIA
A secretária da Educação
Superior do Ministério da
Educação, Maria Paula Dallari Bucci, contestou os dados do TCU. Para ela, o governo vai alcançar os 30% de
pessoas matriculadas no ensino superior, considerando
o número de universitários
de todas as faixas etárias em
relação à população jovem.
"Essa é a forma mais adequada de fazer a conta porque estamos resgatando pessoas que não tinham a oportunidade de estudar. Havia
uma demanda reprimida."
A meta no Plano Nacional
da Educação, contudo, era
específica: 30% de jovens (18
a 24 anos) na universidade.
A secretária também contestou a informação de falta
de indicadores de desempenho e de queda no ritmo de
crescimento de formados no
ensino médio.
Segundo a secretaria, o
controle é feito pelas notas
do Enade (exame que avalia
os universitários) e em 2009
foi feita uma pesquisa com
um instituto de opinião para
avaliar o impacto do programa sobre os formados.
"Na pesquisa, constatamos que 80% dos bolsistas tinham conseguido emprego
após a conclusão, sendo 61%
na área", afirmou.
AUMENTO ARTIFICIAL
Outra crítica no relatório
do TCU é sobre um crescimento possivelmente artificial do número de vagas para
aumentar os ganhos com benefícios fiscais dados às instituições de ensino.
Em 2005, as 100 mil matrículas no ProUni preencheram cerca de 70% das vagas.
Já em 2009, o percentual de
vagas preenchidas foi de
apenas 65%, apesar de terem
sido feitas 160 mil matrículas
com o ProUni.
Para dar bolsa parcial ou
integral, as universidades
aderem a um programa e devem ofertar um percentual
mínimo de suas vagas totais.
Mas as regras do ProUni não
estabelecem critérios de
preenchimento dos postos
oferecidos, diz o TCU.
Então, se a universidade
preencheu 1% ou 100% das
vagas obrigatórias que disponibilizou, ela receberá a
mesma isenção de uma cesta
de impostos.
Conforme dados enviados
pelo governo ao TCU, essa
isenção custou cerca de
R$ 1,4 bilhão entre 2005 e
2009. O número vem crescendo e chegou a R$ 502 milhões no ano passado.
Segundo Bucci, o governo
tem um controle sobre os
subsídios concedidos. Para
ela, apenas as bolsas não
obrigatórias estão em queda,
o que não corresponde aos
dados informados pela próprio ministério ao tribunal.
"NOVA REDE FEDERAL"
A secretária defendeu o
modelo do ProUni.
"O número de vagas no
ProUni é hoje igual ao de vagas oferecidas pelas universidades públicas. É como se
nós tivéssemos conseguido
fazer uma nova rede federal
de universidades, mas com
um investimento muito menor", afirmou a secretária.
O TCU já havia encontrado
outros problemas no ProUni
em auditorias feitas em 2009,
quando constatou que donos
de carros de luxo e com vagas
em universidades públicas
recebiam bolsa.
Além disso, o tribunal considerou que a média de isenção por aluno era maior que a
média dos preços das mensalidades das universidades.
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