São Paulo, quinta-feira, 21 de abril de 2011

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USP tem mais um sequestro-relâmpago

Pelo menos 5 crimes iguais foram registrados neste ano no campus da universidade

MARIANA DESIDÉRIO
DE SÃO PAULO

Um novo caso de sequestro-relâmpago ocorreu na USP na última segunda-feira. Com este, ao menos cinco crimes desse tipo foram registrados na Cidade Universitária entre março e abril.
As estudantes Luiza Grecco e Carolina Romagna, ambas de 24 anos, foram abordadas ao entrar no carro de Carolina, após saírem do Instituto de Química, por volta das 18h40.
Os assaltantes entraram no veículo e rodaram pela USP -ao menos um deles estava armado. Inicialmente, eles tentaram sair do campus pelo portão principal, mas havia um carro da Guarda Universitária no trajeto. Deram a volta e saíram pelo portão 3, com o caminho livre.
As vítimas foram deixadas em local próximo à avenida Rio Pequeno, na zona oeste. Foram levados celulares, cartões de banco e o carro- encontrado na mesma noite, com rádio e estepe dentro.
Luiza Grecco, que estuda na USP desde 2004 e está fazendo doutorado, diz que estranhou a ação.
"Eles não quiseram dinheiro, embora soubessem que a gente tinha, e estavam bem calmos. Chegamos a cogitar que um estava treinando o outro", conta.
Apesar disso, ela pretende mudar sua rotina para evitar circular na USP à noite.
Para ela, o fato da USP ser mal iluminada e ter pouco policiamento facilita a ação de criminosos. "Já ouvi falar dos próprios guardas que falta gente. Mesmo se o guarda, ele iria fazer o que?", diz. Hoje, a guarda da USP tem 114 homens desarmados.

REUNIÃO
O Conselho Gestor do Campus marcou para o dia 3 de maio uma reunião para discutir a segurança na universidade.
O delegado do 93º DP (Jaguaré), Carlos Alberto Delaye Carvalho, disse que a polícia estuda ações como rondas no campus com carros policiais descaracterizados.
João Zanetic, presidente da Adusp (entidade que representa os professores) afirma que não se sentiria bem vendo carros da Polícia Militar circulando pela USP.
"Estamos muito distantes de ter uma PM razoavelmente democrática e educada para lidar civilizadamente com a população", diz.


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