São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros São Francisco tem nível alto de metal Concentração de metais tóxicos ultrapassa 200 vezes o limite permitido pela lei em alguns trechos do rio, em MG A alta presença de metais prejudica a qualidade da água e pode contaminar os peixes, diz geógrafo NATÁLIA CANCIAN DE SÃO PAULO O nível de concentração de metais tóxicos em alguns trechos do rio São Francisco em Minas ultrapassa até 200 vezes o limite permitido pela legislação, revelam duas pesquisas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Metais como zinco, cádmio, níquel e cobre foram encontrados em córregos que deságuam no rio, próximo às áreas industriais de Três Marias (a 275 km de Belo Horizonte) e Pirapora (a 361 km). Pesquisadores coletaram para análise amostras de água e sedimentos (como areia) no fundo do rio em 59 pontos no norte de Minas. Ao todo, 13,5% têm risco alto de contaminação ambiental por metais pesados. Em 79% delas, o risco é moderado. Segundo os autores das pesquisas, os geógrafos Elizêne Ribeiro e Wallace Trindade, a contaminação é antiga e se deve ao passado industrial da região, ao uso de agrotóxicos e ao esgoto. Para Ribeiro, os resultados devem servir de alerta. A alta concentração de metais prejudica a qualidade da água e pode contaminar os peixes. O risco é maior para as comunidades ribeirinhas, onde há acesso a água não tratada. O consumo frequente pode causar câncer e afetar a fertilidade e o sistema nervoso. Os maiores níveis estão no córrego Consciência, em Três Marias. Parte desse material foi lançado nos anos 1970 pela CMM (Companhia Mineira de Metais), que hoje pertence ao grupo Votorantim. Na época, não havia limite definido para as substâncias. De acordo com o gerente de meio ambiente da Votorantim Metais, Ricardo Barbosa, o descarte de resíduos no rio foi interrompido no início da década de 1980 com a construção de um dique. "Hoje, a empresa não joga nada no rio. Existe, sim, esse passivo ambiental, mas estamos fazendo todos os esforços para resolvê-lo", diz. Ele nega que a quantidade de metais esteja acima dos limites ambientais. "Os sedimentos estão estáveis no fundo do rio. Não há metal sendo liberado na água." Texto Anterior: PF questiona chefe da Polícia Civil sobre propina Próximo Texto: Foco: Sumaré instala brinquedos para alunos deficientes em toda a rede municipal Índice | Comunicar Erros

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