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Grupo usava explosivos para assaltar bancos no RS
Acusado de liderar quadrilha foi preso ontem; três suspeitos estão foragidos
Bandidos fortemente armados usavam dinamites nos assaltos, cometidos em pequenas cidades gaúchas; foram oito ataques no total
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A Polícia Civil do Rio Grande
do Sul diz ter interrompido
uma onda de assaltos que vem
assustando moradores do interior do Estado. Os bandidos
usavam dinamite para arrombar cofres de bancos, supermercados e carros-fortes.
Horas depois do oitavo roubo
registrado desde novembro,
policiais prenderam ontem o
assaltante Ronaldo Mack, 34,
apontado como líder do grupo e
responsável pelo manuseio dos
explosivos. Ele nega.
O último ataque ocorreu na
madrugada de ontem em Barra
do Ribeiro (48 km de Porto Alegre). Por volta da 1h30, quatro
homens armados com fuzis invadiram uma agência do Banco
do Brasil, renderam o vigia e
dois pedreiros que trabalhavam na reforma do prédio.
Imagens feitas pelas câmeras
do circuito interno do banco
mostram que, enquanto dois
assaltantes vigiavam os reféns e
o movimento na rua, outros
dois foram até a sala do cofre e
instalaram o explosivo. Eles
usavam capuzes e luvas.
Quando deixava o local num
Astra prata, o grupo trocou tiros com um veículo Brigada
Militar. O policial Ricardo Ilha,
32, foi atingido por um tiro de
fuzil no ombro -não corre risco de morte, segundo a BM.
Planejamento minucioso
O ataque a Barra do Ribeiro
foi o oitavo caso registrado em
seis meses. Segundo o delegado
Juliano Ferreira, que comanda
a investigação, os assaltantes
seguiam um padrão.
Os alvos escolhidos invariavelmente estavam localizados
em cidades pequenas, com
pouco policiamento e uma rede
de estradas secundárias para
facilitar a fuga.
Cinco deles foram agências
do Banco do Brasil, que costuma guardar dinheiro de outros
bancos. O BB não informa os
valores roubados nas ações.
Mack foi preso em Canoas
(região metropolitana de Porto
Alegre). Foram apreendidos
em seu poder um fuzil Ruger
calibre .223 mm, munição e
roupas idênticas às que aparecem nas imagens.
De acordo com a polícia,
Mack cumpria pena de 2 anos e
6 meses por roubo, mas estava
foragido desde 2008, quando
fugiu ao obter progressão para
o regime semiaberto.
A Justiça decretou a prisão
de Wanderlei Grehs e de outros
três suspeitos, que não tiveram
os nomes revelados e não tinham sido capturados até as
19h de ontem.
Pavor
O método de ação da quadrilha apavorou moradores de cidades até então consideradas
pacatas. Parte dos 11.700 habitantes de Barra do Ribeiro
acordou com as explosões e o
tiroteio da madrugada.
"Estava vendo televisão
quando ouvi o estrondo mais
forte, acordei meu marido e depois ouvimos rajadas de tiros.
Assusta e muito", contou uma
professora aposentada de 61
anos, que mora em frente à
agência assaltada e pediu para
não ter o nome divulgado.
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