São Paulo, sábado, 08 de maio de 2010

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Grupo usava explosivos para assaltar bancos no RS

Acusado de liderar quadrilha foi preso ontem; três suspeitos estão foragidos

Bandidos fortemente armados usavam dinamites nos assaltos, cometidos em pequenas cidades gaúchas; foram oito ataques no total

GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul diz ter interrompido uma onda de assaltos que vem assustando moradores do interior do Estado. Os bandidos usavam dinamite para arrombar cofres de bancos, supermercados e carros-fortes.
Horas depois do oitavo roubo registrado desde novembro, policiais prenderam ontem o assaltante Ronaldo Mack, 34, apontado como líder do grupo e responsável pelo manuseio dos explosivos. Ele nega.
O último ataque ocorreu na madrugada de ontem em Barra do Ribeiro (48 km de Porto Alegre). Por volta da 1h30, quatro homens armados com fuzis invadiram uma agência do Banco do Brasil, renderam o vigia e dois pedreiros que trabalhavam na reforma do prédio.
Imagens feitas pelas câmeras do circuito interno do banco mostram que, enquanto dois assaltantes vigiavam os reféns e o movimento na rua, outros dois foram até a sala do cofre e instalaram o explosivo. Eles usavam capuzes e luvas.
Quando deixava o local num Astra prata, o grupo trocou tiros com um veículo Brigada Militar. O policial Ricardo Ilha, 32, foi atingido por um tiro de fuzil no ombro -não corre risco de morte, segundo a BM.

Planejamento minucioso
O ataque a Barra do Ribeiro foi o oitavo caso registrado em seis meses. Segundo o delegado Juliano Ferreira, que comanda a investigação, os assaltantes seguiam um padrão.
Os alvos escolhidos invariavelmente estavam localizados em cidades pequenas, com pouco policiamento e uma rede de estradas secundárias para facilitar a fuga.
Cinco deles foram agências do Banco do Brasil, que costuma guardar dinheiro de outros bancos. O BB não informa os valores roubados nas ações.
Mack foi preso em Canoas (região metropolitana de Porto Alegre). Foram apreendidos em seu poder um fuzil Ruger calibre .223 mm, munição e roupas idênticas às que aparecem nas imagens.
De acordo com a polícia, Mack cumpria pena de 2 anos e 6 meses por roubo, mas estava foragido desde 2008, quando fugiu ao obter progressão para o regime semiaberto.
A Justiça decretou a prisão de Wanderlei Grehs e de outros três suspeitos, que não tiveram os nomes revelados e não tinham sido capturados até as 19h de ontem.

Pavor
O método de ação da quadrilha apavorou moradores de cidades até então consideradas pacatas. Parte dos 11.700 habitantes de Barra do Ribeiro acordou com as explosões e o tiroteio da madrugada.
"Estava vendo televisão quando ouvi o estrondo mais forte, acordei meu marido e depois ouvimos rajadas de tiros. Assusta e muito", contou uma professora aposentada de 61 anos, que mora em frente à agência assaltada e pediu para não ter o nome divulgado.


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