São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Operação tesoura

A pedido da campanha de Geraldo Alckmin, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, fez gestões na tentativa de obter de tucanos kassabistas o compromisso de retirada, do programa eleitoral do prefeito, de cena na qual José Serra diz, durante uma cerimônia de entrega de obra, que o sucessor cumpriu à risca seu programa de governo para São Paulo.
No conjunto da propaganda de Kassab, nada irritou tanto Alckmin quanto essa cena. Mas, por não se tratar de declaração explícita de apoio, não há base clara para recorrer à Justiça Eleitoral, daí o apelo a Sérgio Guerra. Até ontem à noite, porém, não havia sinal de que a campanha de Kassab atenderia o pedido.




Artilharia. Rosalvo Salgueiro Silva, membro do Diretório Municipal do PSDB, protocolou ontem pedido de expulsão dos vereadores Adolfo Quintas, Gilberto Natalini, Claudinho e Ricardo Teixeira. Para justificar a ação, juntou material de campanha em que eles aparecem em fotos com Kassab.

Pois é. O governo Serra anotou o adjetivo utilizado por Marta Suplicy ("interessante") para qualificar, na sabatina da Folha, o projeto estadual de remuneração de professores por desempenho.
O sindicato dos docentes, ligado ao PT, tem combatido ferozmente a idéia.

É guerra. Em evento de campanha com ACM Neto, o presidente do DEM, Rodrigo Maia, acusou o PSDB de estar "a serviço do PT" em Salvador. Antonio Imbassahy bate em Neto, líder nas pesquisas, em vez de mirar nos adversários que ameaçam sua passagem para o segundo turno

Revanche. O PT está eufórico com a perspectiva de reeleição fácil do prefeito de Camaçari (BA), Luiz Alberto, que chegou a ser preso no ano passado na Operação Navalha. O resultado será propagandeado como uma vitória contra "a mídia e a direita".

Parceria. Dilma Rousseff (Casa Civil) acertou que vai a Cuiabá, na terça, dar apoio a Mauro Mendes (PR), candidato de Blairo Maggi (PR), em segundo nas pesquisas. Em troca, o governador anunciará que a ministra é, desde já, sua candidata ao Planalto.

Mano. José Antonio Toffoli (AGU) é mais um ministro em férias para fazer campanha. Na próxima semana irá a Marília, onde o irmão José Ticiano (PT) é vice na chapa de Mario Bulgareli (PDT).

Ocasião. O Palácio do Planalto marcou para a primeira quinzena de outubro, entre o primeiro e o segundo turno, mais um balanço do PAC. Desta vez, haverá mais obras classificadas como "prontas" do que no balanço anterior, em que apenas 4% eram dadas por concluídas. Dilma será a estrela do evento.

Bronca. Lula convocou anteontem ao Planalto o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e o diretor-geral do Dnit, Luiz Pagot. Cobrou deles a baixa execução orçamentária das obras viárias do PAC. Até agora, apenas 20% dos R$ 9 bilhões previstos para este ano foram gastos.

Bibliografia. O presidente da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), está lendo "Secrecy War", sobre a erosão das liberdades civis nos EUA após o 11 de setembro.

Pódio. Lula receberá os medalhistas olímpicos e paraolímpicos na quarta em Brasília. Presidente da CEF, que patrocina muitos dos atletas, Maria Fernanda Coelho é convidada especial do evento.

Turbinada. Chegou ao Congresso projeto de lei do Executivo que transforma a Secretaria de Previdência Complementar em poderosa agência, batizada de Previc. Em tentativa anterior do governo, a medida foi derrubada no plenário pela oposição.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Lula continua a demonstrar subserviência aos países vizinhos com clara admiração pelo totalitarismo. Já vimos esse filme com Bolívia e Venezuela, e, agora, com o Equador."
Do deputado ANTONIO CARLOS PANNUNZIO (PSDB-SP), sobre a postura do governo diante do litígio do Equador com Odebrecht.

Contraponto

Em código

O senador Romeu Tuma participou nesta semana de eventos de campanha de candidatos do PTB pelo interior paulista. No meio de uma carreata, seu filho Robson, que tenta uma vaga de vereador na capital e acompanhava o pai, recebeu uma ligação no celular.
-Socorro, Socorro-, gritava Robson, no meio do agito.
Do outro lado da linha, o interlocutor imaginou que ele estava em apuros e tratou de acionar o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., e a Polícia Federal.
Foram necessárias várias horas até ficar devidamente esclarecido que Robson havia atendido o telefonema no município de Socorro. Só isso.


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