São Paulo, sábado, 11 de abril de 2009

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Bíblia é "fonte de inspiração", afirma deputado

DA AGÊNCIA FOLHA

Líder da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, João Campos (PSDB-GO) diz que o princípio da laicidade garante a "pluralidade" e "liberdade" da crença, e não a proibição dessas manifestações.
"O que está absolutamente vedado é o Estado financiar o culto ou a religião ou ter uma relação de dependência com um líder religioso. Ter um símbolo religioso em um órgão público não é financiamento nem dependência. Não ofende o princípio constitucional", diz.
Ele afirma que cultos na Câmara são organizados por servidores "em horário vago", para "breve meditação e celebração". Só haveria infração, diz, se a autoridade pública obrigasse a realização desses eventos.
Para Campos, a Bíblia é "fonte de inspiração" do Legislativo. "Em todas as normas que se faz há fundamento na Bíblia, princípios éticos e morais."
Assembleias contatadas pela Folha disseram não ver problemas no uso de símbolos ou nos cultos. "A utilização desses símbolos é tradição. O busto do papa foi colocado depois da visita dele ao Brasil. Nunca houve questionamento. Temos um espaço ecumênico. O Dalai Lama já esteve inclusive no plenário da Assembleia e discursou aqui. E já tivemos manifestação afro", diz Jorge Grecelle, superintendente legislativo do RS.
A Assembleia goiana diz que não incentiva nem patrocina cultos e que o auditório onde são realizados eventos é aberto a "todos os segmentos da sociedade", fora do expediente.
A Assembleia de SC afirma que cultos são proibidos, mas que deputados podem propor sessões solenes, que podem homenagear quaisquer entidades. Para a Assembleia do ES, a leitura da Bíblia "é uma questão cultural e não é questionada".
A Assembleia fluminense disse, por e-mail, que o culto evangélico ocorre há "seis anos e foi iniciado a pedido da bancada de evangélicos, de diversas igrejas. Na época, quase um terço dos deputados era de evangélicos." A Casa diz que os servidores não contribuem para a realização dos cultos, que são realizados pelos deputados, e diz não acreditar que a Assembleia subvencione os cultos.
A Assembleia paulista afirma que seu espaço ecumênico serve a todas as manifestações religiosas para meditação e que a convivência é harmoniosa.


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