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Bíblia é "fonte de inspiração", afirma deputado
DA AGÊNCIA FOLHA
Líder da bancada evangélica
na Câmara dos Deputados,
João Campos (PSDB-GO) diz
que o princípio da laicidade garante a "pluralidade" e "liberdade" da crença, e não a proibição dessas manifestações.
"O que está absolutamente
vedado é o Estado financiar o
culto ou a religião ou ter uma
relação de dependência com
um líder religioso. Ter um símbolo religioso em um órgão público não é financiamento nem
dependência. Não ofende o
princípio constitucional", diz.
Ele afirma que cultos na Câmara são organizados por servidores "em horário vago", para
"breve meditação e celebração". Só haveria infração, diz, se
a autoridade pública obrigasse
a realização desses eventos.
Para Campos, a Bíblia é "fonte de inspiração" do Legislativo. "Em todas as normas que se
faz há fundamento na Bíblia,
princípios éticos e morais."
Assembleias contatadas pela
Folha disseram não ver problemas no uso de símbolos ou nos
cultos. "A utilização desses
símbolos é tradição. O busto do
papa foi colocado depois da visita dele ao Brasil. Nunca houve
questionamento. Temos um
espaço ecumênico. O Dalai Lama já esteve inclusive no plenário da Assembleia e discursou
aqui. E já tivemos manifestação
afro", diz Jorge Grecelle, superintendente legislativo do RS.
A Assembleia goiana diz que
não incentiva nem patrocina
cultos e que o auditório onde
são realizados eventos é aberto
a "todos os segmentos da sociedade", fora do expediente.
A Assembleia de SC afirma
que cultos são proibidos, mas
que deputados podem propor
sessões solenes, que podem homenagear quaisquer entidades.
Para a Assembleia do ES, a leitura da Bíblia "é uma questão
cultural e não é questionada".
A Assembleia fluminense
disse, por e-mail, que o culto
evangélico ocorre há "seis anos
e foi iniciado a pedido da bancada de evangélicos, de diversas
igrejas. Na época, quase um terço dos deputados era de evangélicos." A Casa diz que os servidores não contribuem para a
realização dos cultos, que são
realizados pelos deputados, e
diz não acreditar que a Assembleia subvencione os cultos.
A Assembleia paulista afirma
que seu espaço ecumênico serve a todas as manifestações religiosas para meditação e que a
convivência é harmoniosa.
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