São Paulo, sábado, 09 de janeiro de 2010

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Deputado da meia se defende e diz que fica no comando da Casa

Alvo de investigação, Prudente afirma ter condições de presidir a Câmara do DF

FILIPE COUTINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado distrital Leonardo Prudente (ex-DEM), flagrado em vídeo colocando dinheiro nas meias, disse ontem à Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal que ficará na presidência da Casa.
Segundo o deputado Cabo Patrício (PT), que exerceu a presidência interinamente, Prudente se defendeu das acusações e declarou que tem condições de comandar a Câmara durante as investigações contra ele mesmo, outros sete deputados e o governador José Roberto Arruda (ex-DEM).
"Ele disse que não pode ser prejulgado", afirmou Patrício, que estava na reunião da Mesa Diretora: "Mas a imagem que fica é ruim para a Câmara".
Em reunião fechada, Prudente afirmou que recebeu um parecer técnico da Procuradoria da Câmara para que pudesse voltar a trabalhar antes do fim da licença de 60 dias que havia tirado. Prudente informou os deputados sobre seu retorno via "Diário Oficial", já assinando como presidente. Ele justificou que a licença de 60 dias era por motivo de saúde, além de resolver problemas pessoais.
Em retaliação à volta do deputado das meias, a bancada do PT vai apresentar na próxima segunda-feira um requerimento para que o plenário da Casa decida sobre a permanência de Prudente na presidência. O voto será aberto.
O PT, contudo, se vê num impasse. A saída de Prudente só beneficiaria a oposição caso seja feita por meio de um afastamento. Nesse cenário, assumiria o comando da Casa o petista Cabo Patrício, vice-presidente. Caso Prudente renuncie à presidência, uma nova eleição será convocada -dando margem para que Arruda use a base aliada para eleger uma aliado.
Segundo a líder do PT na Câmara, Erika Kokay, Prudente não tem legitimidade para permanecer no comando da Casa. O deputado responde a processo por quebra de decoro parlamentar e é investigado pela Polícia Federal por ter sido supostamente beneficiado com propinas do mensalão distrital. "A volta do Leonardo é uma manobra do governador para tumultuar o processo", disse.
Prudente não fala com a imprensa desde que se afastou da Câmara. Quando estourou a crise que abalou o governo de Arruda, o deputado disse que pôs o dinheiro na meia por segurança: "Eu recebi o dinheiro e coloquei nas minhas vestimentas em função da minha segurança porque não uso pasta". Segundo ele, o dinheiro era uma "ajuda financeira não contabilizada" para a campanha.


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