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Deputado da meia se defende e diz que fica no comando da Casa
Alvo de investigação, Prudente afirma ter condições de presidir a Câmara do DF
FILIPE COUTINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado distrital Leonardo Prudente (ex-DEM), flagrado em vídeo colocando dinheiro nas meias, disse ontem à Mesa Diretora da Câmara Legislativa do Distrito Federal que ficará na presidência da Casa.
Segundo o deputado Cabo
Patrício (PT), que exerceu a
presidência interinamente,
Prudente se defendeu das acusações e declarou que tem condições de comandar a Câmara
durante as investigações contra
ele mesmo, outros sete deputados e o governador José Roberto Arruda (ex-DEM).
"Ele disse que não pode ser
prejulgado", afirmou Patrício,
que estava na reunião da Mesa
Diretora: "Mas a imagem que
fica é ruim para a Câmara".
Em reunião fechada, Prudente afirmou que recebeu um
parecer técnico da Procuradoria da Câmara para que pudesse
voltar a trabalhar antes do fim
da licença de 60 dias que havia
tirado. Prudente informou os
deputados sobre seu retorno
via "Diário Oficial", já assinando como presidente. Ele justificou que a licença de 60 dias era
por motivo de saúde, além de
resolver problemas pessoais.
Em retaliação à volta do deputado das meias, a bancada do
PT vai apresentar na próxima
segunda-feira um requerimento para que o plenário da Casa
decida sobre a permanência de
Prudente na presidência. O voto será aberto.
O PT, contudo, se vê num impasse. A saída de Prudente só
beneficiaria a oposição caso seja feita por meio de um afastamento. Nesse cenário, assumiria o comando da Casa o petista
Cabo Patrício, vice-presidente.
Caso Prudente renuncie à presidência, uma nova eleição será
convocada -dando margem
para que Arruda use a base aliada para eleger uma aliado.
Segundo a líder do PT na Câmara, Erika Kokay, Prudente
não tem legitimidade para permanecer no comando da Casa.
O deputado responde a processo por quebra de decoro parlamentar e é investigado pela Polícia Federal por ter sido supostamente beneficiado com propinas do mensalão distrital. "A
volta do Leonardo é uma manobra do governador para tumultuar o processo", disse.
Prudente não fala com a imprensa desde que se afastou da
Câmara. Quando estourou a
crise que abalou o governo de
Arruda, o deputado disse que
pôs o dinheiro na meia por segurança: "Eu recebi o dinheiro
e coloquei nas minhas vestimentas em função da minha segurança porque não uso pasta".
Segundo ele, o dinheiro era
uma "ajuda financeira não contabilizada" para a campanha.
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