|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aloysio conta com PMDB de Quércia e DEM de Kassab
Para aliados, apoio de siglas é maior trunfo de secretário
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Avançado nas articulações
políticas, o secretário da Casa
Civil de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), intensificou outro pilar de sua estratégia para se tornar candidato tucano ao governo paulista no
ano que vem, caso o governador
José Serra concorra à Presidência. Ele cumpre uma agenda de viagens e inaugurações
no interior do Estado, somada a
reuniões constantes com prefeitos e políticos.
Ontem, esteve no coreto da
praça central de Tatuí (sudoeste do Estado) para o "descerramento das placas de inauguração" das obras em duas rodovias vicinais, em funcionamento há cerca de um ano. Antes,
reuniu-se com políticos em um
hotel. Segundo aliados de Aloysio, a estratégia é consolidar os
laços do tucano no "mundo político". Por essa lógica, os resultados das pesquisas não seriam
importantes neste momento.
Outro pré-candidato tucano
ao governo estadual, o ex-governador e hoje secretário de
Desenvolvimento, Geraldo
Alckmin, obtém de 47% a 50%
das intenções de voto, segundo
a mais recente pesquisa Datafolha. No cenário sem Alckmin
e com Marta Suplicy como candidata petista, Aloysio tem 2%.
Sua última eleição foi para
deputado federal em 2002,
quando obteve 251 mil votos.
Deputados, prefeitos e aliados de Aloysio dizem que seu
maior trunfo agora é o apoio de
diferentes partidos, especialmente do DEM do prefeito Gilberto Kassab (se ele mesmo
não tentar ser candidato) e do
PMDB de Orestes Quércia.
Isso não significa, porém,
que os dois partidos se recusem
a apoiar uma eventual candidatura Alckmin. Um argumento
comum é de que a decisão passará pelas mãos de Serra.
Questionado pela Folha sobre um possível apoio a Aloysio, o ex-governador Quércia se
limitou a dizer: "Pela experiência que tem e por sua história,
se fosse eleito governador, ele
faria um grande trabalho".
Ao ser indagado sobre a vantagem de Alckmin nas pesquisas, Kassab declarou: "Pesquisa
não mostra que o candidato pode ganhar, e as últimas eleições
demonstraram isso".
Outros partidos da base tucana em São Paulo, PPS e PV
também teriam preferência
pela candidatura do secretário.
Continuidade
Aliados argumentam que
Aloysio será o candidato que
dará continuidade ao "projeto
de José Serra". Na semana passada, o vice-governador Alberto Goldman comandou uma
reunião com a presença de
Aloysio. O secretário também
foi o anfitrião de um jantar recente com a bancada de deputados estaduais do PSDB, na
mesma noite do lançamento de
um livro do vereador Gabriel
Chalita, aliado de Alckmin.
Este ano, Aloysio comanda
orçamento de cerca de R$ 530
milhões para negociação direta
com os municípios, entre convênios e emendas parlamentares. Até o momento, foram gastos R$ 24,5 milhões. De 2007 a
2008, foram 3.228 convênios,
num total de R$ 862,8 milhões.
Aloysio tem marcado presença em encontro com prefeitos de vários partidos e entregas de obras das secretarias de
Transporte, Habitação e da
CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Há duas semanas, reuniu cerca de 60 prefeitos para
inauguração de duas rodovias
vicinais em Andradina. Durante a visita, foi homenageado pelo PSDB local e por jornais.
A proximidade com prefeitos
tucanos (algo natural à Casa Civil) pode ser importante em
uma disputa interna, já que eles
são delegados ou têm controle
sobre delegados que podem vir
a decidir o candidato.
Texto Anterior: Sem voto, tucano e petista articulam apoios no interior Próximo Texto: Em campanha, Emidio desiste se Lula e Dilma quiserem Índice
|