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11/12/2010

Investimentos no setor não seguem ritmo da demanda

LUCIANA RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Enquanto o mercado aéreo cresce de forma acelerada, com a entrada de novos passageiros e os antigos voando mais, o ritmo de investimentos no setor segue lento.

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O número de passageiros que passam anualmente pelos 67 aeroportos administrados pela Infraero aumentou em 87% na última década.

Enquanto isso, a Infraero aplicou em equipamentos e obras R$ 5,6 bilhões, segundo a própria estatal. Entre as aquisições e reformas estão aparelhos de raio-X, detectores de metal, ônibus para transporte de passageiros e alargamento de pistas.

A quantia anual destinada às melhorias não variou muito na década, ficando em torno dos R$ 500 milhões. O auge foi registado em 2006, quando os aeroportos receberam R$ 885 milhões em investimentos. Em 2001, cinco anos antes, foi aplicada a menor quantia de recursos --R$ 331 milhões.

Economistas, estudos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e do BNDES apontam que faltam investimentos no segmento.

"Isso se complicou porque a demanda vem crescendo bem há algum tempo e atingiu o ápice em 2010", afirma o economista e professor do ITA Alessandro Oliveira.

O economista diz, no entanto, que o aumento dos investimentos não deve seguir de forma linear a expansão do número de passageiros.

A injeção de recursos deve ocorrer como uma "escada": por um tempo a demanda cresce e o investimento, não; de repente, os aeroportos são expandidos, acomodando os novos passageiros.

O terceiro terminal do aeroporto de Pequim, inaugurado para a Olimpíada de 2008, é um exemplo desse tipo de investimento.

QUALIDADE DO SERVIÇO

Se o ritmo de investimentos não for acelerado, a queda na qualidade dos serviços nos aeroportos deve se acentuar, afirma o coordenador do Núcleo de Estudos em Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende.

"Não haverá condições de alimentação nem conforto nas áreas de embarque. Poderá haver grandes filas no check-in, o que provoca atrasos nos voos. Aí pode ocorrer um efeito cascata que se aproximará do apagão."

Resende afirma ainda que a falta de recursos para o setor é histórica e decorre da ausência de planejamento no longo prazo. Nos últimos 30 anos, a média de investimentos nos aeroportos do país foi de 30% do necessário, segundo o pesquisador.

A Infraero disse, através da assessoria de imprensa, que realiza projetos de longo prazo e que os investimentos são feitos com base em pesquisas de demanda futura.

Entre as obras realizadas, a estatal cita a ampliação do terminal de passageiros do Santos Dumont (RJ) e de pistas e pátios do aeroporto de Maceió. A empresa afirma ainda que a instalação de terminais temporários em cidades como Brasília e Florianópolis fazia parte de seu planejamento. Esses terminais podem ser aproveitados em outros aeroportos no futuro.

Editoria de arte/Folhapress
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