Um público jovem, formado por solteiros e recém-casados, e de classe média. Esse é o principal alvo das construtoras que investem em apartamentos mais enxutos, de um ou dois dormitórios, na zona oeste de São Paulo.
Esses empreendimentos, com áreas de até 75 m², correspondem a 66% dos 109 lançamentos da região, segundo levantamento da consultoria Geoimovel.
"É uma área com fácil acesso à qualquer outra região da cidade, além de uma ampla oferta de cultura e lazer. Exatamente o que esse público jovem procura", afirma Gilberto Belleza, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP).
A maior parte desses imóveis enxutos encontra-se no bairro de Pinheiros, onde há 18 novos empreendimentos com essas características. Em seguida vêm Água Branca, com dez lançamentos, e Pompeia, com outros seis.
Um deles é o Arte Faria Lima, imóvel da construtora Helbor, em Pinheiros, onde cada um dos 38 m² dos apartamentos de um dormitório sai a cerca de R$ 14,5 mil.
Divulgação | ||
Apartamento decorado do Origem Vila Madalena, da Trisul |
Outro é o Smart Vila Madalena, investimento da Gafisa no Sumarezinho com unidades de 31 m² por cerca de R$ 12,7 mil/m².
O preço alto do metro quadrado, dizem as construtoras, não afasta os compradores mais jovens porque a metragem diminuta torna o valor final do empreendimento acessível, principalmente se levar em conta a localização privilegiada.
"Essa conta permite que os apartamentos caibam no bolso desse público", explica Lucas Araújo, coordenador de marketing da incorporadora Trisul.
A empresa é responsável pelo Origem Madalena, na Vila Madalena, com apartamentos de 71 m² e preço em torno dos R$ 12,2 mil/m².
Em dois meses, já foram vendidas quase 40% das unidades do prédio.
Divulgação | ||
Perspectiva do estúdio de 31 m² do Smart Vila Madalena, da Gafisa |
ADAPTAÇÃO
O desenvolvedor de sistemas Alexandre Calzetta, 39, trocou em 2009 o apartamento de 90 m² no Ipiranga, na zona sul da cidade, por outro de 62 m² na Vila Sônia, onde mora com a mulher.
A facilidade de ter muitas lojas ao redor e as áreas verdes, abundantes na região oeste, pesaram na escolha do apartamento menor.
"Não posso reclamar de serviços. Temos supermercado, padarias e farmácias próximas. Mas a vista do meu prédio é uma das coisas de que mais gosto por aqui."
Nem sempre, contudo, abrir mão da metragem maior pela boa localização é fácil.
"O que a gente mais vê por aqui são os microapartamentos. Mas eu recomendo que o comprador pague mais por uma metragem maior. Ainda não temos filho, mas um imóvel de 60 m² é muito pequeno para uma família", diz.