A estátua de David, localizada em frente aos arcos na entrada do Ceret (Centro Esportivo, Recreativo e Educativo do Trabalhador), é considerada um marco do Tatuapé por seus moradores.
Réplica da obra de Michelangelo esculpida no século 16, a escultura está no local desde 1974. "É o glamour do parque. Chamam de 'Peladão'", diz Mohamed Mustapha, diretor do Ceret.
Em 2002, foi alvo de controvérsia quando o então administrador do estádio do Pacaembu, Olívio Pires Pitta, solicitou que a obra retornasse à arena, onde ficou de 1940 até o início da década de 1970.
O DPH (Departamento do Patrimônio Histórico de São Paulo), contudo, negou o pedido, alegando que os moradores haviam estabelecido vínculos afetivos com a obra.
Quase 15 anos depois, a direção do Pacaembu afirma que não existe mais chance de ela sair do Ceret. O ex-secretário de esportes da cidade de São Paulo, José de Lorenzo Messina, que pediu exoneração na quinta (6), estava em busca de uma nova réplica para o estádio. A proposta era fazer uma parceria com a iniciativa privada.
A direção do estádio aguarda as orientações do novo secretário, ainda não nomeado.
HISTÓRICO
A réplica de David tem cinco metros de altura e foi esculpida no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Foi para o Pacaembu logo em sua inauguração.
A ideia é que a figura atlética da estátua servisse de inspiração e incentivo aos esportistas e torcedores reunidos no local. A nudez, porém, causava estranheza: autoridades teriam mandado vesti-lo em algumas ocasiões em respeito às moças.
Durante a reforma do Pacaembu, em 1969, a obra foi removida para a praça Charles Miller, em frente aos seus portões. Cinco anos depois, foi para o Ceret como parte dos festejos do Dia do Trabalho.