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Restaurante Eataly vira atração turística e gastronômica em NY
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ADRIANA MAXIMILIANO
DE NOVA YORK
A Itália mudou de endereço em Nova York. Engolido por Chinatown, o tradicional bairro Little Italy acabou reduzido a três quarteirões. Hoje, quem procura as melhores massas de Manhattan vai para o Eataly, um complexo de 4.600 metros quadrados que transformou o entorno da região e virou uma das novas atrações turísticas da cidade.
Localizado na esquina da Quinta Avenida com a rua 23, tem seis restaurantes, cafés, sorveterias, lojas de doces e sanduíches e um mercado repleto de iguarias italianas, produtos locais, livros de gastronomia e utensílios importados. Os donos são os chefs-celebridades Mario Batali, Lidia e Joe Bastianich.
Já o "chef de pastaio" do Eataly, ou seja, o cara da massa fresca em Nova York, é "cosa nostra": o brasileiro Felipe Saint-Martin, 29.
Filho de arquiteto e professora de arte, ele cresceu na Barra da Tijuca, no Rio. Na hora do vestibular, optou por desenho industrial. Um ano depois, desistiu e tentou economia. Também não era aquilo.
"Em vez de pensar no que queria ser, comecei a pensar no que gostaria de fazer", conta ele, que se rendeu à paixão pelo nhoque da avó paterna e entrou para a faculdade de gastronomia da Universidade Estácio de Sá, no Rio.
Gilberto Tadday/Folhapress | ||
Chef brasileiro Felipe Saint-Martin, responsável pelo setor de massas frescas do mercado italiano Eataly em NY |
FEIJOADA
Formado, Saint-Martin trabalhou no Copacabana Palace, na preparação da tradicional feijoada servida aos sábados. Antes de se mudar para Nova York, passou pela cozinha do 66 Bistrô, de Claude Troisgros. "A gastronomia não é uma ciência exata. E acho incrível como foi pouco documentada", diz o cozinheiro, que adora conversar com os clientes sobre a origem dos pratos e compra mais livros de culinária do que tem tempo de ler.
Virou um chef intelectual. Na mesma mesa em que prepara a massa com as mãos, Saint-Martin folheia um livro vermelho, sujo de farinha e ovo: "Encyclopedia of Pasta", de Oretta Zanini De Vita. Em quadros-negros nas paredes, escreve os trechos preferidos: "In the beginning was the gnocco" (no começo, era o nhoque).
A ideia de fazer a massa à mão e contar sua história na parede encanta os fregueses, que encarnam gourmets autênticos assim que botam os pés no Eataly. "As pessoas perguntam o que as outras estão comendo, querem saber os ingredientes, como tudo foi preparado. É um fenômeno que acontece aqui com frequência."
Inaugurado em agosto de 2010, o Eataly ainda tem filas longas nos fins de semana. Os preços são para todos os bolsos: desde US$ 3,20 (bolinho de arroz de risoto) até US$ 95 (bife de gado criado em Piemonte e temperado com azeite tradicional italiano).
Felipe teve que convencer o chefe, Marco Michelis, responsável pela massa fresca no Eataly, a fazer a massa à mão. "A família dele está há três gerações no ramo, mas ele é um cara de negócios e queria apenas máquinas aqui", conta Saint-Martin, que chefia nove pessoas e produz 1,5 tonelada de massa por semana.
RECEITA
Em 2007, Felipe conheceu e começou a namorar uma jornalista carioca radicada em Nova York que estava de férias no Rio de Janeiro. Três meses depois, foi visitar a namorada em Manhattan.
Juntou a fome com a vontade de trabalhar e decidiu pedir um dia de estágio no restaurante Gramercy Tavern, dono de uma estrela no guia "Michelin". "Eles fazem tudo lá, até a salsicha." O chef premiado Michael Antony, que pilota a famosa cozinha, recebeu Saint-Martin na porta e lhe disse que voltasse dois dias depois para o estágio.
No Gramercy Tavern, Saint-Martin preparou uma vez um almoço especial. "Uns agentes secretos apareceram lá às 9h30 e avisaram que Michelle Obama iria para o almoço", lembra. Às 11h30, o restaurante fechou as portas para o resto da humanidade e a primeira-dama chegou com sua equipe. Pediu um fettuccine com espinafre e shiitake.
"Foi lá que descobri meu talento para a massa fresca. Quando soube que iam abrir o Eataly, mandei meu currículo para Mario Batali."
Antes da inauguração, passou por um mês de treinamento com a família Michelis nas cidades de Mondovi e Turim. "Vi de perto a paixão italiana pela massa e pela filosofia 'slow food', que preza a cozinha artesanal e a matéria-prima de qualidade. Não tenho raízes na Itália, mas sou italiano de coração", diz Felipe.
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