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Serafina

Neurocientista renomado tenta colocar o infinito em versos

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Um mais um, mais um, mais um... Inquieta a mente soma... e soma e soma e soma... Até visualizar você. Transfinitos multiversos sem fim em cada gota d'agua. Sopa de quarks danada. Infinita compactação do vazio. Por um fio.

A vida é isso. O que finda. O pavio e o vazio, o que adia mas não alivia. Incalculável temia.
Medo das coisas mais mundanas, desgraça. Demissão. Dengue. Delinquência. Demência.

Medo infinito da ameaça nuclear. Dos russos no Báltico. Dos gringos no Atlântico. Do fundamentalismo humânico. Da poluição e da falta d'água. Da mágoa. Da falta de noção de qualquer coisa. Da falta de ar. Da gravação. Da fala.

Infinita paciência para aguentar tanta briga, grosseria, incompreensão. Os atropelamentos por pura falta de atenção. A fuga e a ocultação. O desrespeito e a desrazão. Rés do chão. Humilhação. A Síria e o lixão. O Alemão. Gente de aluvião. O não do macaco irmão.

Sem coração. Mortalha.

E a vertigem do futuro da civilização. As infinitas possibilidades da insistência. A ciência! Genética epigenética transcriptômica. Proteômica metabolômica nanoquímica. Epopeia sub-atômica. Microeletrônica biônica cibernética prostética. E a ética telescópica.Robotização crescente das relações. Mecanização intensa das pulsões.Videogamização das ações. Mais conhecimento produzido nos últimos dois dias do que em toda a história da espécie até o ano 2003. Em sua maioria pornografia. E jogatina fria noite e dia. Especialista de qualquer coisa com meia hora online. Pelo bem comum... fine.

Quem disse que Chiquita Bacana ainda não foi rifada e assada? Inconclusa marmelada. A dinheirama derivada que no final vai dar em nada. Belo Monte e tantas outras: infinita cagada. Nonada na taba, em tebas, na tíbia, no toba, na tuba. O faraó saiu da tumba. Tumba, tumba.

Infinito pesar por tantas oportunidades perdidas. Partidas e despedidas. Saídas vencidas. Os fótons despencando em nossas cabeças, de graça sem serventia. Queimando o óleo do meio dia, todo santo chia. Desperdício havia. Desperdiçaria. Por quê tanta gritaria? Infinitaria.

Aqui, em se plantando, tudo ia.

Por nada não, sô. Nunca fomos tão felizes. O que seria de nós se não fosse assim? Não sei nem quero saber e tenho raiva de quem sobe. Agora eu era o herói e meu cavalo só falava inglês. Paixão infinita foi daquela vez. Freguês outra vez. Nunca mais me deu bom dia. Relinchava todo dia. Em javanês.

Rejeição que se findou quando abriram o TinderZoo. Pecado no atacado, barba cabelo bigode. Bonobada embananada. Pode, pode, pode. Infinitas namoradas na mesma mulher amada? Ternura. Infinita é a cintura de levar o mês à marca. Até o fim. Isso sim, serafim. Enfim

A mensagem é de esperança. Muita potência nessa lambança. Pujança na vingança. Alegria de criança. A noção de insegurança, a verdadeira cobrança. Isso cansa. Um dia a gente tem que mudar. E isso é pra já. Tem muito axé nesse vatapá.

Mas muita cobiça também. Das bruxas. Abre o olho Corisco! Antonio das Mortes é Bounty Hunter. Ou qualquer coisa em Mandarim. Ching-Ling-Lee Trumpiniquim. Enfim...

Maior é Deus, imensa é a praia e o clarão. Horizonte de eventos, pensamentos. A mais féerica visão. O que havia antes do Big Bang, foi tudo ou nada ou confusão? Repetição eterna é uma piada. O que será que move a infinitude da palavra? O que não se narra não tarda. De Mestre Nestor a lavra: Noivo da Vida, Veneno da Madrugada...

Medo do avião. Medo do escuro. Medo do claro. Medo do nada.

Absolutamente nada. Para sempre. Sim. O que vier é lucro. Chucro. Infinito mesmo é antes e depois da vida.

Enquanto durar esta, medida.

Me responda então, envida. Não pense infinitaria que é outra onda.

Curtida. Tranquilo e favorável e tal. Magistral, legal, total.

Infinitivamente pessoal. E eu querendo achar-te sem ter fim.

Será fina a oitava? Linda de balé, bailava. Não seja finda, ria ou saia. Saravá bien, Kamarada! Da arte balaclava à escandinava mulata.

Esse infinita barra.

Eppur si muove, na marra. Remo que é bom não para.

Esse Infinito Grande. Maior que tudo, Gigante. Um mais um, mais um, mais um... Inquieta a mente soma mais. E se expande.

Sidarta Ribeiro, 45, é diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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