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Serafina

Cachorro-quente com champanhe é fórmula de sucesso em restaurante de Londres

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Anna está com fome. E há mais tempo que eu. Ela e suas três amigas são as próximas da fila para entrar no restaurante. Eu estou logo atrás -ouvindo a conversa e o ronco da minha barriga- faz 40 minutos...

Como eu, Anna e suas colegas, muita gente enfrenta filas demoradas em Londres para entrar num local apertadinho no número 70 da badalada rua Charlotte e provar uma mistura inusitada: cachorro-quente com champanhe.

"Muita gente achou que eu era louca. Alguns críticos chegaram a dizer que eu estava desrespeitando os produtores de champanhe por servi-los junto com hot dogs", diz a californiana Sandia Chang, 35, que teve a ideia de criar o Bubbledogs junto com o marido, o chef inglês James Knappett, 34. "Por que os amantes dessa bebida são tão pretensiosos que não podem comer um cachorro-quente? Nós queríamos que as pessoas passassem a ver de outra forma uma comida que é historicamente desrespeitada."

James, que já trabalhou em alguns dos melhores restaurantes do mundo, como o dinamarquês Noma e o nova-iorquino Per Se, mantém nos fundos do Bubbledogs um restaurante fino, o Kitchen Table.

Sandia argumenta que cachorros-quentes têm tudo a ver com caviar -o parceiro por excelência do espumante. "Ambos são salgados e gordurosos. Champanhe combina perfeitamente com esse tipo de alimento porque a acidez alta e as bolhas cortam o sal e a gordura. Então, pensei: Por que não cachorros-quentes?"

Cachorros, assim, no plural, porque são muitos. Três variedades de salsicha (porco, carne e vegetariana) entram em 16 combinações de sanduíche: custam de seis libras, R$ 23 (a versão "naked", ou pelada, só pão e salsicha) a oito libras, R$ 30 (o mais pedido da casa, o Mac Daddy, com macarrão com queijo, cebolas crocantes e pedacinhos de bacon). Há versões também com ovo frito, chucrute, cogumelo, chouriço e maionese trufada. Talher, só se você fizer questão (e passar pela vergonha de pedir). A regra da casa é comer com a mão.

Opto pelo cachorro mexicano, José, feito com molho de tomate fresco, abacate, creme azedo e jalapeños. O casal que divide o balcão comigo elogia a escolha. "José é o melhor", ele diz, enquanto me rouba uma batata-doce frita, outro hit do local.

Mas o que mais atraiu a atenção dos "foodies", diz Sandia, foi a carta de champanhes. São 44 no total, todos selecionados entre pequenos produtores independentes franceses -e não entre grandes vinícolas famosas. As garrafas custam a partir de 35 libras (R$ 132). Para os não entendidos, garçons e garçonetes vistosos dão dicas do melhor borbulhante a partir do gosto e do bolso do cliente.

Talvez o champanhe, mais do que o dogão, também seja a garantia das filas constantes do Bubbledogs. "Noventa por cento dos nossos clientes são mulheres que vêm pra se divertir", diz Sandia. "Em algumas noites, você olha para o salão e só vê moças -com exceção de alguns homens que vieram arrastados pelas namoradas."

Na mesa atrás de mim, Anna e suas amigas comprovam a teoria da dona da casa. Riem em volta da mesa em que várias garrafas de champanhe vazias se espremem entre tubos de ketchup e maionese. Anna parece não estar mais com fome. Deve ter se esbaldado tanto quanto eu.

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