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Grifes italianas trazem a SP roupas sob medida para homens; veja opções

O entusiasmo das grifes internacionais com o bolso do brasileiro não se resume aos investimentos em moda feminina. Um serviço ainda pouco divulgado pelas marcas de luxo, em específico as italianas, quer conquistar os homens mais exigentes: a roupa sob medida. A técnica é oferecida desde o início deste semestre em diversas lojas de shoppings da capital paulista.

Antes, o mercado era restrito a uma clientela tradicional dos ateliês de alfaiates da rua Augusta, na região central, e das lojas de estilistas especializados, como Ricardo Almeida e João Camargo.

Agora, a alta-costura chega ao Brasil, curiosamente, primeiro para o mercado masculino. O fato tem fundamento. Segundo levantamento da consultoria americana NPD Group, o segmento cresceu 5% neste ano nos Estados Unidos, país que mais se aproxima do perfil do consumidor brasileiro. Na China, o mercado mais promissor para as grifes, o crescimento é de mais de 40% ao ano, de acordo com a consultoria Bain and Company.

É nesse contexto que a grife italiana Prada abriu neste mês, no shopping Iguatemi, região oeste, sua primeira loja exclusivamente masculina do país. O ponto se junta aos outros dois da marca na capital, sendo o do JK Iguatemi o maior da América Latina.

É lá que um especialista recebe os primeiros clientes paulistanos do serviço "made to measure" (feito sob medida), iniciado pela Prada há pouco mais de dois meses no Brasil.

O nome do profissional, como é praxe em outras grifes italianas que trabalham com o serviço, é mantido em segredo devido à concorrência entre as marcas.

O diretor global de desenvolvimento da Prada, Stefano Cantino, afirma que o serviço faz parte da estratégia de desenvolvimento da grife no mundo. E é uma oportunidade para atrair clientes em potencial que, segundo ele, "buscam produtos feitos com muita atenção aos detalhes".

"O especialista dedica sua atenção para um cliente de cada vez, oferecendo pré-medidas e medidas e no tamanho e no estilo do cliente", explica Cantino.

Ao todo, o homem pode combinar na loja 300 opções de tecidos para ternos e jaquetas, 70 para casacos e 250 versões para camisa. O preço de uma camisa, por exemplo, é cerca de 20% mais cara do que a peça pronta.

A média é de R$ 2.100 para um modelo UCM 608, camisa best-seller da Prada feita de algodão e stretch, que custaria cerca de R$ 1.700 se já estivesse pronta. Um costume, conjunto de paletó e calça, sai por cerca de R$ 14.000.

"O importante ao comprar um costume sob medida é saber a utilidade que ele terá para o cliente", diz o especialista da Prada. "O mais caro, feito com tecidos muito nobres e frágeis, pode não ser o ideal se ele pretende vesti-lo com frequência, pois o uso irá desgastá-lo em pouco mais de um ano."

Já o especialista da grife Ermenegildo Zegna, etiqueta que há quase cinco anos oferece o sob medida no país, acrescenta que o serviço é uma solução para atender aos diferentes tipos de corpos do cliente nacional.

"Qualquer pessoa tem um ombro mais caído do que o outro e uma curvatura diferente nas costas. No su misura' [sob medida no jargão da grife], as 18 medidas do corpo são anotadas para não haver nenhum erro de proporção, que no brasileiro é comum por causa da miscigenação do país", diz ele.

Entre as marcas italianas que oferecem esse tipo de produto, a Zegna é a que tem os preços mais em conta (camisa por R$ 1.500) e os tecidos mais premiados. As ovelhas são criadas e tosadas na Austrália e as cabras, na África do Sul e na Mongólia.

A demanda de roupas sob medida, no caso da Zegna, foi tão satisfatória que a grife acelerou a data de entrega das peças de três para dois meses a partir do encontro com o especialista. Entre as marcas internacionais é a que tem o prazo de entrega mais rápido.

A Gucci também iniciou há dois anos, sem alarde, o sob medida para homens. O cliente pode escolher 66 combinações de cores e tecidos para montar o costume a partir das silhuetas da grife. O item mais em conta é a camisa, que custa cerca de R$ 1.900. O costume sai, em média, por R$ 10 mil. A etiqueta, que abriu no ano passado a primeira Gucci Homem do país, no shopping JK, também faz sapatos a pedido do cliente.

ENTENDA COMO FUNCIONA

- O costume e a camisa feitos sob medida têm três características que garantem o caimento perfeito.

- O primeiro passo são as medidas de todo o tronco e das costas.

- Cada centímetro fora do lugar "enverruga" o paletó e pode deixar, entre outras imperfeições, o comprimento da frente menor ou igual que a parte de trás.

- O correto é que, visto na lateral, o blazer seja ligeiramente mais curto na parte de trás.

- Os botões do paletó, assim como os da camisa, recebem as iniciais do cliente na maioria dos costumes, ternos e camisas das grifes italianas

- O colarinho da camisa deve ser escolhido de acordo com o tamanho do pescoço do cliente e do tipo de nó da gravata. Quanto menor o pescoço, menor a altura do colarinho.

- Quanto mais largo for o nó da gravata, maior a abertura central onde ele fica posicionado

- Os punhos variam de acordo com o gosto do cliente. Há a opção tradicional, de abotoamento simples, e a de punho duplo para abotoaduras.

- A Prada oferece um punho versátil, que tanto pode ser abotoado normalmente (com um botão) quanto usado com abotoaduras

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