Só dá ele na parada de táxi do hospital São Luiz do Itaim Bibi: com pinta de artista e sempre acompanhado pelo violão e pela flauta no banco do passageiro, esse motorista de 43 anos atrai clientes que querem uma viagem musical.
Seu nome, artístico, é SP Ramos (o de batismo, Roberval, oculta) e ele se inspira na cidade além do nome. Compôs baladas para a cidade e o "Reggae de São Paulo".
Ramos começou na música 18 anos atrás e entra no quinto ano como taxista. "Eu gosto desse trabalho pela autonomia, que me dá mais tempo para fazer música."
Não que ele cante ao volante. Evita deixar suas músicas tocando durante o dia ("executivo não gosta"), mas já apresentou composições para o pessoal que sai da balada sertaneja em que bate ponto aos fins de semana, como o baixista d'O Rappa, a quem deu uma cópia do único CD.
Outro virá em breve. "Tenho mais de 30 músicas na gaveta." A mais recente delas usa a vinheta "taxiiii", do aplicativo Easy Taxi, em um rap que tem rimas como: "Estou alegre, estou feliz, estou contente. Vou tomar uma na Atílio Inocente".
Enquanto dirige, ele divaga: "Sonho em apresentar essas músicas no Réveillon da Paulista".
OUÇA O "REGGAE DE SP"