Macacos do bosque podem transmitir raiva, alerta condomínio de SP

É de dar medo o boletim entregue aos moradores do condomínio Quintas do Morumbi, na zona oeste de São Paulo, no começo da semana. Nele, lê-se: "Saguis podem transmitir raiva", "Não alimente os saguis" e "Não permita que seus filhos se aproximem". Em preto, vermelho, sublinhado e letras maiúsculas.

Só que a ideia não foi assustar, conta o síndico Miguel Simões, 56, que criou a circular. O residencial de 11 torres e 644 apartamentos engloba um bosque de "cerca de 30 mil m² remanescentes da mata atlântica", explica. Ali, segundo o morador, vivem pica-paus, sabiás, corujas e dois macaquinhos (há quem diga três).

"Não sei como eles [saguis] chegaram. Liguei para o zoológico e me disseram que eles não fazem mal, o único problema é que podem transmitir raiva. Para saber se está sadio, tem que chamar um veterinário para capturar e fazer o exame. Tem muitas crianças, só tenho a preocupação de transmitir qualquer doença aqui dentro. É minha responsabilidade."

De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses, da prefeitura, de fato todo mamífero pode contrair e transmitir o vírus da raiva –inclusive macaquinhos de condomínio. Mas nenhum caso humano da doença foi registrado na capital desde 1981. Ainda assim, o órgão recomenda ficar cada qual no seu galho e evitar contatos próximos com animais silvestres. Em caso de mordidas ou arranhões, sugere-se procurar atendimento médico.

A vacina disponível no mercado é para imunizar animais domésticos, e poderá ser aplicada gratuitamente a partir do dia 11/10, quando tem início a campanha de vacinação para cães e gatos no município.

"Não quero eliminar o bichinho. Um deles é bem amigável, muita gente leva comida e ele vem pegar da mão. Fazem fila para ver, querem que eles fiquem aqui. De perto parecem de pelúcia, todo mundo fica encantado", afirma Simões. Como no filme "Epidemia" (1995), com Dustin Hoffman.

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