Brasileiro inventor da tinta de parede com Swarovski se muda de Dubai a SP

Vincenzo Visciglia brilha muito no Oriente Médio. Muito mesmo. Arquiteto de formação, o brasileiro de 38 anos fez fama e fortuna decorando palácios em lugares como Emirados Árabes e Arábia Saudita.

"O pessoal de lá gosta muito de luxo. É ostentação total. Então foram à loucura quando customizei uma tinta de parede com Swarovski."

O verniz de parede vem com pedras do tamanho que o cliente quiser —o m² sai por US$ 1.200 (R$ 2.800). Casas da família real em Abu Dhabi, por exemplo, ostentam o produto.

A empreitada deu certo a ponto de a marca austríaca de cristais acabar patrocinado seu escritório.

Além disso, folheou banheiros com ouro e plantou árvores de dois metros dentro de salas de estar.

Mas agora, após uma década, ele planeja voltar a morar no Brasil.

Morena Buser/Folhapress
O arquiteto Vincenzo Visciglia posa no parque da Luz, em recente visita ao Brasil
O arquiteto Vincenzo Visciglia posa no parque da Luz, em recente visita ao Brasil

A porta de sua reentrada será a gastronomia. Faz quatro semanas que assinou um contrato de parceria para abrir nos Jardins a primeira loja brasileira da PappaRoti, espécie de Starbucks do mundo árabe rico.

Além de ajudar o grupo investidor a aportar no país, vem com ele sua marca própria de roupas, a Aavva. Criada há cinco anos, a grife veste a elite local, da cabeça aos pés.

São túnicas e vestidos inteiriços de seda ou musselina com brocados e cristais -tudo sempre reluz e, às vezes, é de fio de ouro.

"Nossa roupa é cara." Por cara, entenda-se uma etiqueta de preço que faria até um xeque pensar duas vezes. As peças mais básicas custam alguns milhares de dólares. As mais salgadas, muitos milhares.

Além disso, elas podem parecer muito recatadas para as locais. "A mulher brasileira gosta de mostrar, então vou ter de fazer adaptações, mas manter a alta-costura", planeja.

Ele mesmo não hesita em mostrar as tatuagens e parte do corpo marombado. "As pessoas de lá sabiam que eu era brasileiro e respeitam a gente ser assim, um pouco mais exposto. Mas é bom voltar."

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