Moradores de Alphaville adesivam seus carros para protestar contra falta de luz

Para se entrar nos condomínios fechados de Alphaville, a 30 km de São Paulo, é preciso ter no vidro do carro uma logomarca restrita a moradores. Nas últimas semanas, moradores dos residenciais de luxo estão adicionando ao veículo um segundo sinal: um adesivo que diz "Alphaville no escuro, não. Proteste!".

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São cerca de 3.000 colantes circulando pelas alamedas ladeadas por mansões, em automóveis, motos e bicicletas das 48 mil pessoas que hoje ocupam os 13 residenciais que deram origem ao bairro Alphaville, nas cidades de Barueri e Santana de Parnaíba.

Um deles é a perua Pajero do engenheiro José Andrade, 42, que pôs o colante há uma semana. "É incrível, parece que moramos numa cidadezinha do interior. Falta luz todos os dias na minha casa", se queixa ele, que diz já ter ficado mais de 12 horas ininterruptas no escuro. "A Eletropaulo não olha por nós."

	Divulgação
	Carro de morador de Alphaville, que se mobilizaram e fizeram colantes para protestar contra problemas no fornecimento de energia

A maior causa de queixas dos moradores não é o breu, e sim o pico de energia de quando a luz volta, que queima aparelhos. "Perdi inalador, perdi fonte de água e perdi um micro-ondas", elenca a psicóloga Helena Mariantelli, 31. "E tudo isso só em dois anos, desde que me mudei para cá." Como forma de protesto, ela ornamentou sua BMW Série 5 Berlina com o adesivo no para-brisas.

Mas o protesto não para por aí, dizem seus organizadores. "Estamos mobilizando toda a população de Alphaville para nos reunirmos em frente à Eletropaulo e fazer uma grande manifestação com faixas e velas acesas. Ainda estamos decidindo o dia e horário da manifestação", diz Paulo Botelho, do "Alpha Cidade", jornal local que bolou o adesivo.

OUTRO LADO

A AES Eletropaulo informa ter um pacote de investimento de R$ 200 milhões para a região, a ser implementado nos próximos anos e que Alphaville terá uma nova subestação elétrica. A concessionária afirma também que, entre dezembro de 2012 e março de 2013, houve uma redução de 43% nas ocorrências de queda de energia na região.