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17/02/2013 - 03h00

"Sou velhinho atrevido e cantor metido a besta", diz Miele, o Mágico de Oz

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SERGIO MADURO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Estreia nesta sexta-feira (22), no Teatro Alfa (zona sul de São Paulo), o musical "O Mágico de Oz". A montagem sobre a menininha que foi levada por um furacão até o reino de Oz tem um personagem que é fundamental para a volta dela para casa: o mágico do reino.

É ele quem ela deve buscar para voltar à pacata vida na casa de seus tios, em uma fazenda na região central dos EUA. O personagem do mágico é interpretado por Luiz Carlos Miele, ou, simplesmente, Miele, como é conhecido.

Um veterano solista nos palcos em shows de humor, diretor e produtor de espetáculos, Miele está debutando em peças de teatro.

Ele falou com exclusividade à sãopaulo sobre este início de carreira no musical.

sãopaulo - O que você pode dizer sobre o convite e o seu papel?
Luiz Carlos Miele - Bem, eu sou o Mágico de Oz. Quando recebi o convite, fiquei um pouquinho triste porque lembrei que o Mágico de Oz, à semelhanda do espetáculo original, não cantava, fazia muito pouca coisa. Agradeci, disse que estava sensibilizado com o convite mas recusei porque, entrar num espetáculo desses sem cantar ia me deixar na maior frustração. Disse para me ligarem em outra oportunidade. Então, dois dias depois, eles me ligaram. Pediram autorização nos Estados Unidos, criaram uma canção especialmente para mim e aceitei. Colocaram uma música que não tem no espetáculo original. Só perguntei que horas seria o ensaio que eu estaria lá. Sou o primeiro Mágico de Oz do mundo que tem esse quadro. O primeiro que canta em cena. Estou felicíssimo.

Porque essa vontade de cantar em cena para você que tem tanta bagagem?
Eu acho que todo mundo que trabalha com espetáculo, com shows, tem a necessidade de um dia fazer isso em um espetáculo dessa monta. Nos meus shows solo, eu me atrevo, canto em inglês, canto bolero, às vezes canto um tango, mas é tudo dentro do contexto de um show de humor. Nunca havia participado de um show de teatro assim. Fiz até alguns shows em teatro, mas eram de humor. Isso é engraçado. Não sou cantor, mas já cantei com a Elis Regina, com a Leny Andrade, com Os Cariocas, com o [Roberto] Menescal etc. Quer dizer, sou um cantor metido a besta.

Mas com um bom currículo, não?
Quem é que já cantou com Elis e com Leny Andrade? Pouca gente, né? Com a Elis, então, pouquíssimos.... Um dia eu estava cantando um bolero num show com o Menescal e ele falou: "Capricha nesse bolero aí que o Lucho Gatica está na plateia". Eu pensei que fosse brincadeira, mas não era não, era Lucho Gatica, que, para mim, era o maior cantor de bolero que já existiu.

Mesmo sendo um espetáculo que atravessou gerações, você acha que "O Mágico de Oz" ainda tem um frescor?
Acho que a permanência em cartaz de "O Mágico de Oz" no mundo inteiro se deve a isso. E tem mais, é um espetáculo pioneiro porque acho que ele inaugurou um tipo de dramaturgia musical. [Antes dele] Os espetáculos musicais eram uma sucessão de números como o vaudevile. "O Mágico..." foi o primeiro que teve uma estrutura em que a música vai fazendo parte de uma narrativa. Tem a música do drama, a música do medo, a música da alegria, a música da felicidade, entendeu? "O Mágico..." foi o pioneiro nisso. E uma coisa que eu adoro nesse espetáculo é que os arranjos são originais.

O que acha de trabalhar com o Lucio Mauro Filho e com a Heloísa Perissé, que estão no elenco com você?
Ah, isso é um presente, é muito divertido. E, para mim, nos meus shows, dirigindo ou produzindo, ou eu mesmo atuando nos palcos, essa necessidade da disciplina do teatro está sendo muito boa, muito profícua. No Rio de Janeiro, eu dividia o camarim com o Lucio Mauro [Filho] e era uma festa só, uma farra só. Aqui [em São Paulo] estamos todos juntos no mesmo camarim, eu, o Leão, o Espantalho e o Homem de Lata. E vai ser de novo muito divertido.

Quais outros projetos você está tocando, além deste?
Tenho participações menores em dois ou três filmes. Estou gravando uma minissérie policial na Globo que se chama "A Teia". Também faço o [seriado] "Mandrake", ao lado do Marcos Palmeira, uma série muito boa da HBO. Estão até fazendo um documentário sobre mim que tem um título que achei maravilhoso. Chama-se "Profissão Miele". Adorei. Mas é engraçado ter esses convites agora para fazer teatro. Já anunciaram: "Depois de meio século de intensa carreira, o 'show-man' Miele estreia seu primeiro musical". Porque é o meu primeiro espetáculo de teatro. Agora me descobriram com esse negócio de ator, porque eu não era ator, nunca fui. Essa é a minha primeira participação [em teatro]. Acho que quando fizer 80 [anos], vou ganhar como ator revelação. Enfim estou um velhinho atrevido e me divertindo.

Teatro Alfa. R. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Jardim Dom Bosco, região sul, São Paulo, SP. Tel. 0/xx/11/5693-4000. 1.110 lugares. Sex.: 21h30. Sáb.: 16h e 20h. Dom.: 15h e 19h. 150 min. Livre. Estreia em 22/2. Até 10/3. Ingr.: R$ 40 a R$ 180. Ingr. p/ tel. 4003-1212 ou p/ site www.ingressorapido.com.br.

 

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