No Foro de SP, ex-presidente critica estratégia da esquerda para juventude
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (2) que as manifestações realizadas no Brasil em junho são um recado para que partidos e movimentos sociais de esquerda repensem suas estratégias de organização e comunicação.
Ele fez o discurso de abertura do 19º Encontro do Foro de São Paulo, que reúne organizações alinhadas ao PT na América Latina.
Zé Carlos Barretta/Folhapress | ||
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do Foro de São Paulo na capital paulista |
"Esses movimentos que aconteceram aqui no Brasil pegaram de surpresa todos os partidos de esquerda, de direita, todo o movimento sindical e o movimento social. Porque nós ainda agimos da forma antiga para fazer política", afirmou.
O petista cobrou maior atuação na internet.
"Precisamos ser mais criativos. Por meio da internet, temos a possibilidade de ter a nossa própria mídia e chegar a milhões de pessoas", afirmou, ao se referir ao jornal impresso distribuído pelo Foro de SP, com "10 mil, 15 mil exemplares".
Ele recomendou a partidos que se aproximem de sua militância jovem, que cobra espaço nas legendas.
"Nós na verdade fomos ficando velhos, e ficamos perguntando cadê a juventude nos nossos partidos, como estão participando, como estamos nos comunicando com eles, qual é a mensagem de esperança que estamos passando", disse.
Lula classificou as manifestações como "extraordinárias", por conterem reivindicações que, segundo ele, são bandeiras da esquerda, e lançou mão do discurso repetido pelos petistas após os protestos, de que a população beneficiada pelos governos do partido quer "mais" e passou a cobrar melhorias nos serviços públicos.
Em um vídeo exibido no início do evento, a presidente Dilma Rousseff também mencionou as manifestações. Ela disse que os protestos não pediram a "volta ao passado" e prometeu "continuar mudando" o Brasil. "Meu governo e meu partido entenderam o recado das ruas", disse.
CHÁVEZ
O Foro de São Paulo fará neste sábado (3) uma homenagem a Hugo Chávez, morto em março. Adán Chávez, irmão do ex-presidente venezuelano, participará. O presidente da Bolívia, Evo Morales, estará no ato de encerramento, no domingo (4).
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