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09/01/2013 - 14h37

'Se você não sabe beber, não beba!', afirma leitora

LEITOR SUELY ABRUNHOSA
DE BELÉM (PA)

Se você não sabe beber, não beba! A lei seca hoje comanda através de multas, uma ditadura de consciências bem diferentes.

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O copo de vinho com a família num jantar na cabeça de um pai de família não deveria medir o mesmo grau de responsabilidade na pista que a de um louco que sai atropelando tudo o que encontra pela frente.

É tênue e delicado o fio que separa dois seres humanos com um copo na mão. A lógica da quantidade não.

Coloque uma arma na mão de uma pessoa temperamental e outra na mão de quem sabe o momento certo de usar aquele cabo de aço. Pagar o mesmo preço quando não se tem a intenção de cometer o crime, é como um pré-julgamento, é injusto!

Deveriam estar as autoridades mais preocupadas em aplicar a tolerância zero também em delitos tão graves quanto aqueles irresponsáveis que causam os assassinatos nas pistas. Como a morte de pessoas em filas de espera para atendimento à saúde, ou as drogas legais e ilegais vendidas abertamente à menores.

Como os milhões de bandidos motorizados e armados à espreita pelos sinais, e outros, que sem a mínima noção de cidadania, emporcalham a cidade com suas pichações, causando transtornos por muitas vezes irrecuperáveis ao patrimônio público e as pessoas de bem.

Sou completamente a favor da punição, até mesmo mais severa das que existem aos que cometem crimes pelo excesso de álcool ou outras drogas; pois muitas vezes --se não na maioria delas-- vemos esses assassinos urbanos saírem livres, impunes, absolvidos de seus delitos, medidos e perdoados pela fiança paga.

O sujeito que sai de casa e bebe muito mais do que aguenta sua carga de consciência e põe as mãos num volante é muito parecido com aquele que arremessa a bala perdida: crimes iguais cometidos com igual delinquência.

Porém, traduzir o 0,34 miligramas de álcool no organismo de quem pode e sabe resistir a isso me parece arbitrariedade. É por muitas vezes querer igualar formas de pensamento e percepções.

As multas geradas pela Lei Seca na sua totalidade nem sempre condizem com o resultado triste e vermelho no meio do asfalto. Há muitos que não fazem parte dessa lista fúnebre e torpe de intenções, pois sabem que não podem exagerar na dose quando estão com a responsabilidade de dirigir.

De qualquer maneira, pelo sim e pelo não, julgados na mesma moeda, essas pessoas vão continuar a pegar e pagar seus táxis, para não entrarem no rol de prováveis assassinos que, aliás, não só matam pelo álcool.

Quantas mortes são causadas por motoristas não habilitados? Ou por ausência de espírito comunitário? Exacerbação do caráter individualista? Desrespeito a sinalização? Velocidade excessiva?

E por aí temos uma sequência de motivos com resultados desastrosos. Dois pesos e duas medidas para o pai de família que só quer relaxar um pouco e acompanhar o jantar com o copo de vinho e o louco que com nada se importa, nem mesmo com a sua própria vida.

*

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