Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

27/08/2012 - 15h34

Leitor pede reflexão sobre greve e diz que país passa por crise social

LEITOR JOSÉ CARLOS GOMES FILHO
DE CURITIBA (PR)

O verão parece nos acompanhar nesta greve. Em pleno mês de agosto me sinto como estivesse em janeiro, sem aulas e com o sol a pique. Meus dias ociosos não são diferentes dos de um veranista, mesmo acreditando que vivemos uma situação atípica em nosso país.

Sou estudante da Universidade Federal do Paraná e este é o meu ano de formatura. Há uns dias atrás acreditava que receberia meu diploma no início de 2013, que neste exato momento eu já estaria empregado, atuando como engenheiro civil e iniciando minha vida profissional. Mas, para mim e para outros, isto foi somente um sonho.

Não serei só eu que terei aula no Natal e atrasarei minha formatura. São todos os estudantes de todas as instituições federais de ensino superior. E arrisco dizer que o que a comunidade acadêmica passa é o reflexo da crise social que vivemos.

Percebo hoje que a sociedade brasileira alcançou uma certa "modernidade". Quem imaginaria, há dez anos atrás, que seria tão fácil viajar, comprar um carro, comer bem? O incentivo que os governos pós-ditadura militar deram à população são enormes, e aqui fica meu elogio - sem, é claro, esquecer que ainda existem muitas coisas a serem feitas.

Porém, a máquina pública se tornou onerosa, e as classes de servidores federais reclamaram seus direitos e entraram em greve. Professores, médicos, policiais, técnicos e outros milhões de servidores precisam ser mais valorizados. Até porque, utilizando um exemplo das universidades, com qual motivo um profissional que se exauriu mentalmente durante uma década para conseguir o título de doutor vai se sentir valorizado com as condições atuais de trabalho?

Simon Plestenjak - 28.mai.2012/Folhapress
Professores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)realizam ato público na avenida Paulista em apoio à greve das universidades federais
Manifestantes realizam ato público na avenida Paulista em apoio à greve das universidades federais

Esta é uma reflexão que todos nós devemos fazer quando criticamos as greves. E, para piorar este panorama, os principais canais midiáticos não auxiliam esta reflexão, desviando a atenção da sociedade dos graves problemas por quais ela atravessa.

E o nosso papel, enquanto cidadãos, deve ser contrário ao que vem acontecendo. Os vícios que nossa sociedade carrega não permitem reflexão, debate, compreensão de nossos problemas. Meu pedido não vem para que exista mobilização, mas sim conscientização da população em vista à crise social em que passamos.

Devemos antes de tudo entender que este processo não somente é uma busca por melhores salários, condições de trabalhos, férias. É uma luta por um Brasil melhor, por uma segurança pública melhor, educação, saúde. E esta crise, como todas as outras, sempre traz benefícios. Até porque, como já diz o dito otimista, "se está ruim é porque ainda não acabou".

*

PARTICIPAÇÃO

Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor@uol.com.br ou leitor.online@grupofolha.com.br.

 

EnqueteVeja +

'Rolezinhos'

A polícia deve impedir os "rolezinhos" nos shoppings paulistanos?

Publicidade

Acompanhe a Folha no Twitter

Publicidade

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página