Manifestantes desmontam parte das barricadas em Hong Kong
Depois de oito dias acampados perto da sede do governo, manifestantes pró-democracia de Hong Kong se preparavam na madrugada desta segunda para uma ação dura da polícia para liberar as ruas bloqueadas pelo protesto.
A expectativa aumentou com advertência feita no sábado pelo chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, de que a polícia tomará "as ações necessárias" para reestabelecer a ordem nesta segunda e permitir que os residentes da ilha possam chegar ao trabalho e estudos normalmente.
"O governo ameaça usar a força diariamente, mas decidimos ficar", disse à Folha o secretário-geral da Federação de Estudantes de Hong Kong, Alex Chow. "Claro que tememos pela segurança dos manifestantes. Espero que a polícia aja com moderação".
Segundo Chow, os estudantes ainda aguardam um sinal do governo para dar início à negociação proposta por Leung, e que foi adiada depois que manifestantes foram agredidos na sexta-feira.
Na manhã desta segunda, algumas barricadas foram desmontadas para permitir que funcionários do governo possam ter acesso ao trabalho. A desmobilização também ocorreu em outras partes da cidade, como o distrito de Mong Kok, onde na sexta ocorreram os confrontos com opositores do movimento.
Uma ação policial severa no domingo anterior (28/9), quando foi usado gás lacrimogêneo para dispersar os protestos, acabou fortalecendo o movimento e atraindo mais simpatizantes em solidariedade aos estudantes.
Ao longo da semana passada, dezenas de milhares de manifestantes bloquearam várias partes de Hong Kong, concentrando-se na área próxima às sedes do governo e do Legislativo. Eles protestam contra a decisão do governo chinês de impor restrições à eleição do próximo chefe do Executivo local, marcada para 2017 e exigem a renúncia do atual mandatário, Leung. (MN)
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