Chuva abaixo da média faz governo manter termelétricas ligadas
Rodrigo Dionisio/Folhapress | ||
Acervo do Museu da Lâmpada, em São Paulo |
Chuvas abaixo da média em todas as regiões do país fizeram com que o governo mantivesse ligadas, por pelo menos mais um mês, geradoras de energia termelétricas para garantir o abastecimento de energia do país.
A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (2) pelo CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), que conta com a participação dos órgãos que controlam a produção e distribuição da energia.
De acordo com a nota do CMSE, o sistema de energia teve a entrada de mais sete novas geradoras nos últimos 30 dias, que adicionaram 259 MW (megawatts) ao sistema, o que corresponde a pouco mais de 0,5% da carga necessária prevista para o ano. Com essa entrada, a nota informa que o risco de déficit de energia (o que pode provocar apagões) foi classificado como zero para qualquer cenário.
O aumento da carga e a redução de consumo (o que vem ocorrendo desde o início do ano por causa dos reajustes de preço e da crise econômica), deveriam dar maior segurança ao sistema e, com isso, fazer o governo determinar o desligamento de mais termelétricas, que geram energia mais cara que de outros geradores e só são ligadas quando há possibilidade do sistema ter déficit.
Mas não foi o que ocorreu. O comitê manteve a decisão do mês passado de desligar 21 termelétricas mais caras (cujo preço é acima de R$ 600/MWh). O desligamento das termelétricas fez o governo reduzir o preço da bandeira vermelha na conta de energia em R$ 1 para cada 100 MWh.
Mas o Comitê não avançou para o desligamento de outras termelétricas cujo preço está entre R$ 350 e R$ 600, o que poderia reduzir ainda mais o preço da energia.
A justificativa é o baixo nível de chuvas em todo o país, que ficaram em média 91%, 50%, 80% e 77% da média histórica nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte.
Como os reservatórios das hidrelétricas estão baixos devido à seca nos últimos anos e ao uso excessivo de água para gerar energia das hidrelétricas (no Sudeste/Centro-Oeste estão com 34% e no Nordeste, 18,2%), a decisão acabou sendo por tentar preservar ainda mais a água nas áreas de acumulação.
O comitê informou que continuará monitorando o sistema até a próxima reunião, que deverá ocorrer em outubro.
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