Dilma teme emenda que ameaça Previdência e orienta ação do governo
Preocupada com uma nova derrota no Congresso, a presidente Dilma Rousseff orientou o governo a rejeitar qualquer emenda à medida provisória que trata do reajuste do salário mínimo que possa aumentar os gastos da Previdência.
A MP 672 deve ser votada nesta quarta-feira (24) na Câmara e há emendas, como a proposta pelo deputado Paulinho da Força (SDD-SP), que pedem que a mesma regra de reajuste do salário mínimo – inflação mais o PIB de dois anos atrás– seja aplicada para todos os benefícios pagos pela Previdência.
Segundo o ministro Carlos Gabas (Previdência Social), a aprovação de propostas com esse teor podem trazer um impacto de até R$ 9,2 bilhões ao ano às contas da Previdência e, por isso, "não podem passar".
Só em 2015, caso seja aprovada, a emenda de Paulinho da Força traria um impacto de R$ 4,6 bilhões aos cofres da Previdência.
"Essa emenda proposta na Câmara vincula o conjunto dos benefícios à política de ganho real do salário mínimo e isso traz um impacto enorme para as contas da Previdência. É inviável, inviabiliza nossa estratégia de sustentabilidade da Previdência", disse o ministro a jornalistas após participar de uma reunião com Dilma.
A presidente convocou para esta terça-feira (23), no Palácio do Planalto, uma reunião com os ministros Gabas, Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Aloizio Mercadante (Casa Civil).
No encontro, os ministros apresentaram os números com o impacto de uma possível aprovação das emendas e, preocupada, a presidente pediu que o governo aja para unir a base aliada contra a aprovação dessas medidas.
De acordo com Gabas, atualmente, 27,8 milhões de benefícios previdenciários, 17,9 milhões, ou 64% do total, possuem valor de até um salário mínimo.
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