Brasil lidera em pagamento por notícia on-line
Um em cada quatro brasileiros pagaram para acessar notícias on-line no ano passado, segundo estudo do Instituto Reuters. Os consumidores do país lideraram nessa categoria (23%), superando os finlandeses (14%), que ficaram em segundo lugar.
Ainda segundo o levantamento, os usuário brasileiros de informação são os que mais usam Facebook para acessar notícias: 70%, ante 41% de média dos 12 países analisados na pesquisa.
São também os que mais compartilham notícias via mídia social e e-mail (59%). E são os primeiros no uso do WhatsApp para acessar notícias: 34%, proporção que é o dobro daquela verificada em levantamento de 2014.
É o que aponta o Relatório sobre Jornalismo Digital de 2015, divulgado pelo instituto vinculado à Universidade Oxford, no Reino Unido.
Baseia-se em pesquisa encomendada à empresa YouGov, com mais de 20 mil consumidores de informação on-line de países como Estados Unidos e Alemanha.
O levantamento retrata o que chama de "Brasil urbano", de usuários "mais ricos e conectados".
PLATAFORMAS
Nos resultados gerais, o relatório destaca que do ano passado para 2015 aumentaram em 42% as referências, no Facebook, às 20 principais organizações jornalísticas globais.
Destaca também o avanço no uso de aparelhos móveis, sobretudo smartphones com sistemas Apple e Google (iOs e Android, respectivamente), para acessar notícias: agora são 46%, nove pontos percentuais mais que no levantamento do ano passado.
Segundo Nic Newman, pesquisador que comandou o estudo, "os dados deste ano apontam aceleração de ritmo na direção de notícias em plataformas sociais e móveis".
Emily Bell, do Centro Tow para o Jornalismo Digital, da Universidade Columbia (EUA), também enfatiza no estudo o avanço dos gigantes de tecnologia.
"A fragmentação da oferta, que enfraquece as organizações jornalísticas, coincide com uma concentração de poder nas plataformas", afirma a especialista.
Nas últimas semanas, Facebook, Apple e Twitter anunciaram novos projetos ligados à distribuição e edição de notícias, respectivamente Instant Articles, Apple News e Lightning.
"As empresas jornalísticas, que pensaram uma década atrás que a mudança para o modelo digital seria dolorosa, agora têm de fazer ajustes ainda maiores", diz Bell.
"E as plataformas, que pensaram que poderiam manter o status de ser 'só uma plataforma', evitando a responsabilidade de publicação, estão tomando consciência de que isso é insustentável", completa a pesquisadora da Universidade Columbia.
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