Anunciadas na eleição de SP, obras de acesso a Viracopos não saem do papel
Anunciadas pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) durante a campanha eleitoral do ano passado, as obras em duas rodovias de acesso ao aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas (a 93 km de São Paulo), ainda não saíram do papel.
A promessa do governo era começar as intervenções em janeiro deste ano.
Elas são importantes para desafogar o trânsito cada vez mais carregado em direção ao aeroporto da cidade, o sexto maior do país em transporte de passageiros (9,8 milhões de pessoas no ano passado) e o maior em importação de cargas.
Editoria de arte/Folhapress |
Nos horários de pico, das 7h às 9h e das 17h às 19h, trafegar pela rodovia Santos Dumont (SP-075) é um teste de paciência para os motoristas.
Na quinta (12), a reportagem demorou 30 minutos para percorrer o trajeto de sete quilômetros, às 7h30, no sentido Viracopos-centro.
"O sentimento é de impotência grande. Você tem hora para chegar ao aeroporto, mas o trânsito não ajuda", diz o agente de viagens Durval Ribeiro Júnior, 58.
Ele, que afirma já ter ficado uma hora preso no trânsito no sentido centro-Viracopos, considera fundamental a realização das obras para que o trânsito flua melhor.
"A rodovia é muito usada pela população de diversos bairros, por trabalhadores e por passageiros do aeroporto, e desse jeito [congestionada] está difícil", disse.
Considerada fundamental para melhorar o fluxo de veículos, a construção de sete quilômetros de marginais no trecho urbano da Santos Dumont ainda não tem sequer o projeto executivo, que define prazo de conclusão e material utilizado.
Hoje, a via absorve todo o tráfego dos usuários do aeroporto –passageiros e veículos de carga vindos das rodovias Anhanguera, Bandeirantes e Dom Pedro 1º– e dos moradores da região sul de Campinas e de municípios vizinhos, como Indaiatuba.
DUPLICAÇÃO
Já a duplicação de 14 quilômetros da rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324), de Vinhedo à estrada Santos Dumont e ao aeroporto, sequer foi licitada. Hoje, a pista é simples e corta quatro bairros de Campinas.
A duplicação da via é importante porque ela será o ponto final do prolongamento do Anel Viário Magalhães Teixeira (SP-083), feito pela concessionária Rota das Bandeiras e com prazo de entrega para novembro de 2017.
O prolongamento vai absorver o tráfego de veículos vindos da Dom Pedro 1º, Anhanguera e Bandeirantes.
O primeiro trecho, entre a Anhanguera e a Bandeirantes, deve ficar pronto até o final deste ano. As obras da concessionária estão orçadas em R$ 240 milhões.
OUTRO LADO
A Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) informou, em nota, que solicitou à concessionária Rodovias das Colinas, responsável pelas obras das marginais da Santos Dumont, que faça o projeto executivo das obras em até seis meses.
Em entrevista no início do mês, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a concessionária deve entregar o documento em 90 dias.
A empresa disse, também por meio de nota, que após a aprovação do projeto poderá detalhar o serviço.
Com relação às obras da rodovia Miguel Melhado de Campos, o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) informou que o orçamento para as ações estão em fase de reprogramação.
Na nota, o departamento disse ainda que, diante disso, não é possível estimar uma nova data para início da duplicação.
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